A palavra Deus, para mim, é nada mais que a expressão e produto da fraqueza humana; a Bíblia, uma coleção de lendas honradas, mas ainda assim primitivas, que são bastante infantis.

— Albert Einstein

sexta-feira, 18 de março de 2011

Ateísmo religioso

Paradoxal?
Não obstante pareça ser um jibóico paradoxo falar em ateísmo como fenômeno religioso, essa aparente contradição se desfaz rapidamente quando constatamos que um novo tipo de ateísmo, da mesma forma que algumas religiões, transformou-se numa verdadeira seita.

O ateísmo clássico, ou seja, o ateísmo como simples opção filosófica, cedeu espaço para uma nova vertente ateísta, muito bem tipificada na pessoa do zoólogo inglês Richard Dawkins. Trata-se de um tipo de ateísmo militante e combatente, que faz uso das mesmas armas e estratégias de determinadas seitas, dentre as quais, a manipulação ideológica e o forte apelo emocional.
São as principais características do novo ateísmo religioso:

1 –
Forte aversão a Bíblia:São capazes de perder noites inteiras em busca daquilo que consideram “contradições da Bíblia”. Fazem abundante uso dos trechos bíblicos os quais discorrem acerca da “ira e furor de Deus”; enfatizam exageradamente as passagens bíblicas as quais se chocam com aquilo que diz a ciência; ignoram a beleza poética de muitos livros bíblicos, como "Cânticos dos Cânticos" e se utilizam com frequencia de termos torpes quando se referem ao livro dos cristãos.
2 – Forte aversão à religião:Acreditam que todo o mal existente na humanidade seja fruto das práticas religiosas, apesar de seguirem paradoxalmente pelo mesmo caminho. São incapazes de verem coisas boas na religião. Deleitam-se com os escândalos religiosos, utilizando-os como arma contra a própria religião. São intolerantes e imaturos culturalmente, uma vez que não conseguem encontrar um só benefício advindo da religião. Acreditam que eventos como os atentados suicidas são essencialmente frutos do fervor religioso, em vez de reações contra a opressão política e social. Para esses ateus religiosos, religião e ciência estão travando um duelo de vida e morte, no qual a ciência um dia triunfará como num “apocalipse”.

3 –
Forte apego a Richard Dawkins:Embora haja muitas exceções, os novos ateus religiosos mantêm um vínculo afetivo muito forte com esse ideólogo, vendo nele uma espécie de messias que, finalmente, veio destruir a "maléfica religião". Dawkins de algum modo lembra o messianismo português às avessas, uma versão irônica de dom Sebastião à inglesa. É o líder carismático, o qual motiva e enche o brio dos novos ateus, conclamando a manifestarem seu ateísmo como a expressão plena da verdadeira liberdade. Aos poucos seu livro “Deus, um Delírio” torna-se numa espécie de “bíblia atéia”, com direito a maldições, “profecias” e os famigerados “memes”, que são os dogmas.

4 -
O darwinismo como fenômeno ateísta:Os ateus religiosos normalmente confundem o darwinismo como um fenômeno tipicamente ateísta. É por isso que a maioria deles não consegue manter uma postura amigável com os chamados evolucionistas teístas, esses da linha de Francis Collins. Dawkins, ao tratar desta vertente darwinista, afirmou numa entrevista à revista Veja: "Pessoalmente não consigo entender suas razões. Talvez seja um tipo de mente repartida: eles mantêm suas crenças religiosas em um nicho, e a ciência em outro. Sinceramente tenho dificuldade em simpatizar com esse tipo de coisa". Outro aspecto, é que geralmente tais ateus confundem darwinismo (e conseqüentemente o ateísmo) com excelência científica. Dramático! ((rs))
Haveria ainda outras características, mas essas resume muito bem este novo fenômeno religioso denominado
ateísmo religioso.
E que me desculpe esses ateístas, mas o ateísmo não é fundamental.

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