A palavra Deus, para mim, é nada mais que a expressão e produto da fraqueza humana; a Bíblia, uma coleção de lendas honradas, mas ainda assim primitivas, que são bastante infantis.

— Albert Einstein

domingo, 20 de março de 2011

Casal condenado por preferir rezar a levar filho ao hospital

Fonte: Uma Visão do Mundo
Editor: Eduardo Patriota Gusmão Soares
Casal condenado por preferir rezar a levar filho ao hospital
Um casal de americanos foi considerado culpado após sentença proferida pelo juiz e podem pegar entre 5 e 10 anos de prisão por homicídio involuntário depois que seu filho de dois anos morreu de pneumonia. Herbert e Catherine Schaible preferiram rezar em vez de levar Kent a um médico, resultando na morte do menino.
Os advogados de defesa alegam que os Schaibles estão sendo processados por serem cristão fundamentalistas e pertencer a uma igreja que endossa a cura pela fé. Eles alegam que os promotores não podem provar que a mãe sabia que Kent enfrentava risco de morte quando ficou doente, em janeiro de 2009. O menino morreu dez dias depois de contrair pneumonia bacteriana. Os promotores dizem que uma visita ao médico poderia ter salvado sua vida.
Em outro caso, em outubro de 2009, outro casal americano foi condenado por ter rezado pela filha doente em vez de levá-la ao médico. Dale e Leilani Neumann foram sentenciados a dez anos de liberdade condicional e também terão que passar um mês na prisão a cada ano, até 2014.
A filha deles, Madeline, de 11 anos, morreu em março de 2008, vítima de diabetes, em sua casa na zona rural do Estado de Wisconsin, cercada de pessoas que rezavam por sua recuperação. O juiz do caso afirmou que os Neumann são “pessoas boas que tomaram uma decisão errada”. (Fonte: 24 Horas News)
Posso introduzir meu texto pela afirmação do juiz do caso dos Neumann: “eles são pessoas boas que tomaram a decisão errada”. Realmente há religiosos que tomam muitas atitudes absurdas com as melhores das intenções. Nos casos acima, eles realmente rezaram com toda fé acreditando convictamente que seriam atendidos. Mas parece que nenhum ser sobrenatural os ouviu.
Quando alguns me perguntam por que eu sou contra religião, por que eu insisto em combater este tipo de retrocesso mental, exemplos como os do Neumann e dos Schaibles servem como justificativa. Primeiramente, uma criança não tem como se defender. Se seus pais não a levam para o hospital, ela não tem como ir sozinha. Se você se sentir muito mal e souber que um simples remédio é capaz de curá-lo, vai mesmo continuar agonizando até a morte ou irá procurar logo um médico? Pois é, não deram esta chance às crianças mortas. Elas faleceram vítimas de doenças facilmente tratáveis em qualquer hospital. Se os pais não fossem religiosos, as inocentes crianças estariam vivas.
Volto a dizer que os pais não fizeram isso por maldade. Eles realmente acreditavam que um deus curaria seus filhos. Aí que mora o perigo da religião. As pessoas são capazes das maiores monstruosidades mesmo fazendo a coisa certa sob a perspectiva de seus ensinamentos religiosos. É o mesmo raciocínio que permite que o homem bomba detone os explosivos ou que alguém seja imolado na fogueira como se tudo isso fosse a coisa certa a ser feita.
Richard Dawkins já nos alerta sobre isso. Os fanáticos de hoje não nasceram assim. Foram aquelas sucessivas e inocentes lições religiosas que foram doutrinando e introduzindo dogmas que, em casos extremos, fabricam verdadeiras aberrações intelectuais. Pessoas desprovidas de senso de discernimento, incapazes de contra argumentar, incapazes de pensar por si só. Pessoas que deixam o próprio filho morrer para não desagradar seu deus. O que, aliás, é de um egoísmo gritante. Afinal, a vida de um filho vale mais do que a sua lealdade para com o divino? Se vale, é porque o egoísta também é covarde e tem medo da ira divina. Na cabeça dele, um deus chegaria após sua morte e o condenaria: “Você preferiu levar seu filho ao hospital a acreditar em meu poder. Homem de pouca fé! Queime no fogo dos infernos!”.
Aos demais religiosos moderados, contudo, não apontem o dedo condenando os infelizes pais destas crianças. Eles têm uma fé da qual os demais religiosos deveriam ter inveja. Eles são os verdadeiros ícones de um leigo verdadeiramente devoto. Afinal, sacrificaram os próprios filhos em nome da fé. Deixem que humanistas e secularistas se encarreguem de trazer um pouco de racionalidade, bom senso e justiça para o mundo. Religiosos, moderados ou não, só irão atrapalhar no processo.

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