Mencionamos acima as concepções que para explicar o homem começam desde generalidades teóricas e sustentam a existência de uma natureza humana e de uma consciência passiva. Em sentido oposto, nós sustentamos a necessidade de arranque desde a particularidade humana, sustentamos o fenômeno histórico-social e não natural do ser humano e também afirmamos a atividade de sua consciência transformadora do mundo, de acordo com sua intenção. Vemos sua vida em situação e seu corpo como objeto natural percebido imediatamente e submetido também imediatamente a numerosos ditados de sua intenção. Por conseguinte se impõem as seguintes perguntas: como é que a consciência é ativa? Isto é, como é que ela pode intencionar sobre o corpo e através dele transformar ao mundo? Em segundo lugar, como é que a constituição humana é histórico-social? Estas perguntas devem ser respondidas a partir da existência particular para não recair em generalidades teóricas segundo as quais se deriva depois um sistema de interpretação. Desta maneira, para responder à primeira pergunta terá que apreender-se, com evidência imediata, como a intenção atua sobre o corpo e, para responder à segunda pergunta haverá que partir da evidência da temporalidade e da intersubjetividade no ser humano e não de leis gerais da história e da sociedade. Em nosso trabalho, Contribuições ao Pensamento, trata-se de dar resposta precisamente a essas duas perguntas. No primeiro ensaio de Contribuições se estuda a função com que cumpre a imagem na consciência, destacando sua aptidão para movimentar o corpo no espaço. No segundo ensaio do mesmo livro, se estuda o tema da historicidade e sociabilidade. A especificidade destes temas nos afasta demais da presente carta, por isso remetemos ao material citado.
quarta-feira, 30 de março de 2011
AÇÃO TRANSFORMADORA DO SER HUMANO
Contígua à concepção da natureza humana tem operado outra que nos falou da passividade da consciência. Esta ideologia considerou o homem como uma entidade que agia em resposta aos estímulos do mundo natural. O que começou em grosseiro sensualismo, aos poucos foi sendo deslocado por correntes historicistas que conservaram no seu seio a mesma idéia em torno da passividade. E ainda quando privilegiaram a atividade e a transformação do mundo por sobre a interpretação de seus fatos, conceberam a dita atividade como resultante de condições externas à consciência. Mas, aqueles antigos preconceitos em torno da natureza humana e da passividade da consciência hoje se impõem, transformados em neo-evolucionismo, com critérios tais como a seleção natural que se estabelece na luta pela sobrevivência do mais apto. Tal concepção zoológica, na sua versão mais recente, ao ser esta transplantada ao mundo humano tratará de superar as anteriores dialéticas de raças ou de classes com uma dialética estabelecida segundo leis econômicas «naturais» que auto-regulam toda a atividade social. Assim, mais uma vez, o ser humano concreto fica submerso e objetivado.
Mencionamos acima as concepções que para explicar o homem começam desde generalidades teóricas e sustentam a existência de uma natureza humana e de uma consciência passiva. Em sentido oposto, nós sustentamos a necessidade de arranque desde a particularidade humana, sustentamos o fenômeno histórico-social e não natural do ser humano e também afirmamos a atividade de sua consciência transformadora do mundo, de acordo com sua intenção. Vemos sua vida em situação e seu corpo como objeto natural percebido imediatamente e submetido também imediatamente a numerosos ditados de sua intenção. Por conseguinte se impõem as seguintes perguntas: como é que a consciência é ativa? Isto é, como é que ela pode intencionar sobre o corpo e através dele transformar ao mundo? Em segundo lugar, como é que a constituição humana é histórico-social? Estas perguntas devem ser respondidas a partir da existência particular para não recair em generalidades teóricas segundo as quais se deriva depois um sistema de interpretação. Desta maneira, para responder à primeira pergunta terá que apreender-se, com evidência imediata, como a intenção atua sobre o corpo e, para responder à segunda pergunta haverá que partir da evidência da temporalidade e da intersubjetividade no ser humano e não de leis gerais da história e da sociedade. Em nosso trabalho, Contribuições ao Pensamento, trata-se de dar resposta precisamente a essas duas perguntas. No primeiro ensaio de Contribuições se estuda a função com que cumpre a imagem na consciência, destacando sua aptidão para movimentar o corpo no espaço. No segundo ensaio do mesmo livro, se estuda o tema da historicidade e sociabilidade. A especificidade destes temas nos afasta demais da presente carta, por isso remetemos ao material citado.
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