Eles constrangem e perturbam as Forças Armadas de todo o mundo, em especial a Aeronáutica, obrigando-as a desmentir ocorrências sobre estranhos objetos voadores que se acercam, de repente, às aeronaves civis ou militares em vôo, envolvendo comprometimento na segurança do espaço aéreo das nações.
Colocam em perigo a vida de tripulantes e passageiros, alteram os instrumentos de navegação e das torres de controle. Afetam o funcionamento de automóveis, televisores e aparelhos diversos próximos, a saúde das testemunhas e até o fornecimento elétrico cada vez que aparecem repentinamente, ainda que tais efeitos não sejam tão freqüentes, deixando em dúvida quem os vê, sobre se é um fenômeno real ou não.
Após décadas de silenciamento, os militares vêm começando a desclassificar paulatinamente alguns dos relatórios mais sérios que guardavam sobre o tema há décadas. À isso, obedeceu apoio indireto ao livro do capitão do Exército do Chile, Rodrigo Bravo, cujo livro Ufologia Aeronáutica: Um Novo Conceito no Estudo dos UFOs [Mago Editores, 2010] foi apresentado - com o mesmo devidamente uniformizado - na recente Feira Internacional do Livro de Santiago.
O capitão Bravo [Que também é consultor da Revista UFO] foi acompanhado bem de perto durante o lançamento da obra por seu comandante geral e três coronéis, todos eles de uniforme, o que não é casual. A Brigada de Aviação do Exército apresentou sete relatórios oficiais nos últimos anos, onde se reportam contatos próximos com UFOs, ainda que prefiram chamá-los de Fenômenos Aéreos Anômalos (FANIs).
Bravo e o antropólogo Juan Castillo, co-autor do livro, selecionaram 23 casos, 11 do Chile e 12 do exterior (EUA, Europa, Ásia e América Latina), em que é indubitável a ocorrência de fenômenos aéreos anômalos. Estão certificados unicamente por pilotos, controladores de vôo e radaristas, excluindo "ufólogos" aficcionados, crianças ou transeuntes. Também não se pronunciam os autores sobre o provável ponto de origem - extraterrestre ou não - dos UFOs, conclusão controversa e excluída deliberadamente da obra.
A Força Aérea do Chile (FACH), que também apóia diretamente este tipo de investigações, conseguiu ressonância mundial ao organizar no ano de 2000 o primeiro Workshop Internacional sobre Ufologia, no seio da Feira Internacional do Ar e do Espaço (FIDAE) celebrada nesse ano.
Mas o grande animador da desclassificação dos estudos mais relevantes a respeito do assunto no país é o Comitê de Estudos de Fenômenos Aéreos Anômalos (CEFAA), criado em 1997, a cargo da Direção Geral de Aeronáutica.
Os organismos oficiais de dezenas de outros países também iniciaram efetivamente a publicação de depoimentos certificados sobre UFOs [Veja ediçõs UFO 155, 156, 158, 160, 164, 166, 168, 170, 172, entre outras], com honroso destaque para a América do Sul. Os EUA são os principais mantenedores do secretismo ao redor do tema, com o pretexto de evitar possíveis fenômenos sociais incontroláveis ao se admitir publicamente os fatos.
No último 22 de dezembro, as autoridades militares da Nova Zelândia publicaram seus arquivos secretos sobre UFOs relativos ao período de 1954 a 2009 - mais de 2.000 páginas, com fotos e mapas -, no entanto misturaram casos relevantes com os "lights" para mitigar o impacto dos segredos revelados. Se informou ainda que alguns deles não serão divulgados até o ano de 2080.
Casos emblemáticos relatados em Ufologia Aeronáutica
Um dos casos mais dramáticos na obra de Bravo e Castillo é o ocorrido no aeroporto El Tepual, de Puerto Montt, em 01 de junho de 1988, quando um avião de passageiros, Boeing 737 da Lan Chile procedente de Santiago e Temuco, ao tratar de aterrissar, foi "obstaculizado" por um UFO, que se dirigiu em linha reta sobre a aeronave, com claras intenções de colisão e só a habilidade dos pilotos - que conseguiram levantar vôo quando estavam para tocar a terra na pista número dois -, salvou a vida de mais de uma centena de pessoas que vinham a bordo.
Um segredo guardado por 20 anos
Local: Aeroporto Chacalluta, Arica, Chile
Data: 02 dezembro de 1988 (fato público só em 2008)
Hora: 10h50 às 16h00 hora local
Testemunhas: Controlador da torre de controle mais quatro pilotos de diferentes aviões
Tipo de aeronave: T-41 (Exército), CGH, CGI (C-337), F-5E (FACH)
Duração: Cinco horas e 10 minutos
Detecção radar: Sim
Fonte: CEFAA, Direção da Aeronáutica, Chile
Versão oficial: Avião Cessna do exército, que se encontrava realizando manobras com pessoal do SAG no setor do Vale de Azapa, interior de Arica, recebe chamada de torre de controle do Aeroporto Chacalluta, informando observação de um objeto de cor cinza que se deslocava muito lentamente, a grande altitude, vertical à cidade de Arica.
Propósito da chamada: Verificação desde o ar do observado em terra. À inspeção aérea somam-se depois duas aeronaves de prospecção pesqueira operando na zona e um avião de combate da FACH, os quais, após uma hora de diversas manobras de ascensão, descrevem que o objeto se encontrava aproximadamente a uma altura de 80.000 pés (25.900 m).
Quando o controlador de vôo consulta o piloto do avião F5-E da FACH, que tinha decolado de Iquique e ascendeu até seu teto operacional de 15.554 m, sobre o tamanho estimado do objeto, este responde que o calcula como "o equivalente a oito estádios nacionais juntos", isto é, de um diâmetro entre 5.000 e 6.000 m.
O objeto tinha forma triangular e era muito brilhante. Deslocava-se lentamente para o Sul e depois para o Norte - foi detectado à altura da Quebrada de Camarones e também do radar primário de Antofagasta - e regressou em seguida à vertical de Arica, onde permaneceu estacionário até as 16h00, quando desapareceu em um segundo.
Engolidor de foguetes
Local: Base Aérea La Joya, Arequipa, Perú
Data: 11 de abril de 1980
Hora: 07h15 hora local
Testemunhas: Pilotos, torre de controle e pessoal militar.
Tipo de aeronave: Sukoi 22
Duração: 25 minutos
Detecção radar: Sim
Fonte: CFI (Coalition for Freedom of Information), Conferência de Washington, 12 de novembro 2007
Às 07h15 da manhã encontrava-se em formação em uma das pistas a totalidade do pessoal militar (1.800 homens), quando se observou um estranho objeto a cinco quilômetros de distância, que se encontrava estacionário a uns 2.000 pés de altitude (600 m). O UFO parecia um balão e a torre de controle reportou de imediato ao Comando de Operações, já que emitia uma luminosidade excessiva, que não podia ser atribuída ao reflexo do brilho do sSol.
Despachou-se ao seu encalço um avião de combate Sukoi 22, de fabricação soviética, última geração nesse momento, pilotado pelo tenente Oscar Santa María Huerta. Como o objeto não respondia pelas diferentes freqüências de comunicação empregadas para o identificar, o tenente Santa María recebeu a ordem de disparar e o derrubar.
Do avião foram expulsados 64 foguetes de 30 mm cada e um número indeterminado deles colou de cheio no UFO, sem lhe causar dano algum. O poder de fogo empregado é capaz de destruir uma ponte de 300 metros de comprimento em terra.
O piloto peruano conseguiu se aproximar a uma centena de metros de seu objetivo e pôde descrevê-lo como uma plataforma discoidal, de uns 10 metros de diâmetro, de cor creme, com uma cúpula no centro da base circular metálica. Carecia de janelas e também não pôde observar mecanismos de sustentação (asas) ou propulsão.
No entanto, a nave efetuou manobras de ascensão e descensão desde os 1.500 aos 6.000 pés, com uma velocidade pasmosa, desaparecendo da mira em três oportunidades. Em definitivo, reportou-o como um UFO.
"O mais estranho", comentou o piloto Santa María, "é que a nave não identificada parecia absorver a munição lançada, depois de uma estranha ondulação em sua superfície, como quando alguém joga pedras numa fonte de água parada".
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