Confesso que não sou um desses caras que conhecem todos os tipos de argumentos e que usa lógicas matadoras contra os crentes porque toda vez que eu vi os chamados ateus cultos usando argumentos impecáveis para convencer os religiosos eu vi que os religiosos os ignoravam e voltavam a falar de como o ateu iria pro inferno se ele não aceitasse Jesus Cristo. Eu li tudo e sei bem o que eles pensam mas acabei esquecendo os detalhes das argumentações. Por isso eu tive de fazer algumas pesquisas pra entender essa merda e… bem, o Argumento Ontológico é oficialmente retardado.
Quem criou o Argumento Ontológico foi o Anselmo da Cantuária. Por conta dele, ele ganhou o status de Santo e virou Santo Anselmo (é que nem os caras que ganham o status de Sir da Rainha do Reino Unido, pura política). Anselminho criou também a escolástica, que é a tentativa de corrobar a fé religiosa usando a razão (na época não existia bem o conceito de ciência). A escolástica durou só até o século XVI e sumiu com o Renascimento e com o Iluminismo.
Já vou logo avisando, é um método de prova à priori. Existem dois tipos de lógica: à priori — que envolve apenas intuição e lógica — e à posteriori — que leva em conta também o empirismo, ou seja, verifica se algo é válido também no mundo real. Por ser um argumento de lógica à priori, já percebeu que lá vem merda, né?
Chega de pormenores. O argumento é assim:
- Se algo que é tão perfeito que não pode não existir consegue ser imaginado, então deve existir.
- Eu consigo imaginar esse algo perfeito como sendo Deus.
- Portanto Deus existe.
Além do mais, eu consigo imaginar diversas coisas perfeitas, e nem por isso existem. Olha como eu uso o argumento ontológico pra provar que existem unicórnios:
- Se eu conseguir imaginar o cavalo perfeito, para ser perfeito ele tem que existir.
- O unicórnio é a perfeição em forma de cavalo, um deus equino, e eu consigo imaginá-lo.
- Portanto o unicórnio existe.
Douglas Gaskin criou um argumento ontológico ao contrário, que prova que Deus não existe:
- A criação é mais perfeita se tiver um criador imperfeito.
- A criação mais perfeita possível é aquela cujo criador tem a pior das imperfeições: não existir.
- O universo é perfeito, portanto Deus não existe.
Afinal, só porque eu existo não quer dizer que o universo é perfeito em absoluto: no máximo ele pode ser perfeito pra mim. Assumir que o que é perfeito pra mim é perfeito para tudo é algo bastante egocêntrico, não acha?
Mas é aquele negócio, se você acha que Deus criou o universo para colocar vida somente neste planeta e que ele criou os humanos à sua imagem e semelhança de modo a fazê-los mais especiais que as outras espécies, egocentrismo já tomou conta da sua mente há muito tempo.
Aliás, retiro o que eu disse. Pro universo ser perfeito, eu teria que ser casado com a Viviane Araujo Viu só como a gente acha defeito fácil nos argumentos dos religiosos?
Se você for fazer um retrato seu e dizer que sua imagem verdadeira é mais perfeita do que a foto,não significa que no futuro quando você morrer,as pessoas digam que você nunca existiu por não poderem te ver mais além da foto.... DEUS não precisa aparecer para provar que existe, se ele criou o tempo, e o espaço e tudo o que existe, por motivo ELE se daria ao trabalho de nos provar que ELE tem uma imagem, se pelas coisas que ele faz já percebe-se o quanto é muito superior a qualquer outra inteligência criada por ELE mesmo?
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