A palavra Deus, para mim, é nada mais que a expressão e produto da fraqueza humana; a Bíblia, uma coleção de lendas honradas, mas ainda assim primitivas, que são bastante infantis.

— Albert Einstein

domingo, 7 de outubro de 2012

Ciência e fé: realidades paralelas.


O que irrita os cientistas, ao menos os que são ateus, é a insistência dos que têm fé em crer em algo inacessível.

No perene debate entre a ciência e a religião, algo que costuma irritar os cientistas, ao menos aqueles que se consideram ateus, é a insistência dos que têm fé em acreditar numa realidade paralela, inacessível à razão. Vejamos isso num diálogo fictício entre um cientista ateu e uma pessoa de fé bem versada nos avanços da ciência.
Cientista: "Uma causa sobrenatural não faz sentido: se for sobrenatural, isto é, além dos limites do espaço e do tempo, das leis da natureza, do material, como podemos saber da sua existência?
Afinal, o que existe tem de ser detectado. Caso contrário, essa existência é uma fabricação, uma fantasia. Pior ainda, se essa causa se manifestar naturalmente, através de uma 'visão' ou de um fenômeno qualquer, vira uma causa natural, que pode ser estudada pelos métodos da ciência. Ou seja, se algum deus existe, é impossível saber da sua existência de forma concreta. E não existe outra forma de saber".
Pessoa de fé: "A coisa não é assim tão simples, preto ou branco, existe ou não existe.
Entendo que, dentro do método científico, algo precisa ser detectável para que se comprove que é real. Ninguém sabia da existência de Urano até sua detecção por William Herschel em 1781. Mas, antes da detecção, Urano existia ou não? Claro que sim, mesmo que não soubéssemos disso. A ciência não pode determinar com firmeza o que não existe, apenas o que existe".
Cientista: "Mas você não pode, não deveria, comparar Deus a um objeto celeste. Pelo que entendo, Sua existência não passa pelas leis da natureza. Se passasse, Deus seria um fenômeno natural e deixaria de ter essa transcendência de que vocês tanto gostam e que ajuda a crença. Se Deus se 'esconde' numa realidade paralela, jamais fará parte do cânone da ciência".
Pessoa de fé: "Sem dúvida, Deus jamais fará parte do cânone da ciência. Esse é o seu problema, tudo tem de ser parte desse cânone. E eu já não penso assim.
Existem coisas que estão além da ciência, coisas que a ciência não tem como e nem deveria tentar explicar. A ciência tem um método bastante claro de estudo, separando o objeto a ser estudado do todo. Esse método supõe que a separação pode ser feita. Isso funciona muito bem no laboratório, ou quando um astrônomo observa uma galáxia.
Mas como explicar, por exemplo, o Universo como um todo, a questão da origem de tudo? Como olhar para o Universo como um objeto de estudo, se não podemos sair dele?".
Cientista: "Esse é o problema mais complicado, que os filósofos gostam de chamar de Primeira Causa, e os físicos, de 'condições iniciais'. Verdade, temos sempre de supor um contexto para oferecer uma explicação. Não temos ainda uma lei que explique como selecionar uma condição inicial dentre as várias possíveis. Mas nem por isso devemos supor que a explicação é sobrenatural, obra de uma entidade que não podemos saber se existe. Que tipo de explicação é essa?".
Pessoa de fé: "Essa é a explicação pela fé, além da ciência".
Cientista: "Eu prefiro continuar tentando entender do meu jeito".
Pessoa de fé: "Boa sorte, que Deus te inspire".
Cientista: "Eu prefiro me inspirar sozinho mesmo".

MARCELO GLEISER (FSP - 7/10/12)

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Ateu ganha direito de usar escorredor de macarrão em foto oficial


Um ateu ganhou na Justiça da Áustria o direito de aparecer na foto da carteira de motorista usando um escorredor de macarrão na cabeça como um "símbolo religioso".

Niko Alm fez o pedido depois de tomar conhecimento que a cobertura na cabeça em fotografias só é permitida em caso de necessidade religiosa. Então, ele disse ser seguidor da "religião" massafari (uma mistura de massa com rastafari - em inglês funciona melhor: pastafari)

O austríaco, que teve que comprovar ser psicologicamente apto para dirigir, afirma frequentar a Igreja do Monstro de Espaguete Voador.

O pedido demorou três anos para ser aprovado, informou o "Huffington Post".

Agora, Niko quer que as autoridades austríacas reconheçam oficialmente o massafarianismo como uma religião.
A "seita" macarrônica nasceu nos EUA como uma resposta ao governo Bush, que proibiar o ensino da teoria da evolução das espécies nas escolas públicas. Então, um sujeito criou o monstro, que dá origem à Terra e a todos os seus habitantes irracionais e racionais - incluindo os anões.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

COMO TUDO FOI CRIADO? A ORIGEM DE TODAS AS COISAS


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Questionamento do cristão:
Irmão
Se Deus não existe como tudo foi criado? Para que o ser humano construa um simples relógio é necessário inteligência. Ao vermos a natureza, como ela funciona, toda sua beleza e perfeição não é possível crermos na teoria de Darwin, que após 140 anos não provou nada.
Cada um tem a liberdade de crer no que quer e nem o próprio Deus interfere em nossas opções, mas como posso crêr que tudo ao nosso redor surgiu do Big Bang?
Se isso foi possível quero crêr que se eu jogar uma bomba em um ferro velho, passado o impacto surgirá um Boeing 747 todo aparelhado e pronto para voar.
Não desrespeito a crença de vocês mas gostaria de dizer que a Deus tudo e possível, porém a sabedoria do homem e loucura para Deus.
No aguardo de um retorno e desde já agradecido
,”

Resposta do ateu:
“Eu sempre fiz também uma pergunta: De onde não pode vir o simples pode vir o complexo?
Se um ser da complexidade do homem não pode ser obra do acaso, poderia um perfeito, onipotente e onisciente ser?
Parece mais viável o que a arqueologia mostra: elementos simples, com pequenas mutações, foram se tornando mais complexos, e surgiram os organismos aperfeiçoados de hoje.
A teoria de Darwin está cada vez mais atual sob as lentes dos microscópios, onde os vírus e bactérias se aperfeiçoam constantemente, e no acúmulo dos fósseis de eras remotas, que informam a gradação dos seres vivos no decorrer de milhões de anos.
. Depois disso, será possível esperar que as estrelas venham a cair pela terra como a figueira quando abalada por vento forte deixa cair seus figos verdes? O Sol não é uma grande estrela, mas tem um milhão e meio de vezes o tamanho da Terra. Imagine uma porção de grandes estrelas caindo sobre nós! Ou são elas apenas aquelas minúsculas bolinhas luminosas como se acreditava nos dias de Jesus?
A palavra de deus é que me fez ateu.”

A grande explosão pode ser confirmada por um raciocínio lógico: se a análise por telescópio revela que o universo está em expansão, um dia tudo inevitavelmente estava muito mais próximo. A grande explosão não transformou tudo em coisas perfeitas. Foram as reações químicas que resultaram em componentes capazes de se desenvolverem.

Como acima exposto, a arqueologia e a microscopia dão provas de que organismo simples evoluem para organismos complexos. Se parece difícil essas coisas terem começado do nada, mais impossível é do nada surgir um ser perfeito e onisciente com esse que o mundo imagina existir.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Como a fé resiste à descrença



André Petry
Desde que se espalhou a notícia extraída do censo demográfico do IBGE de 2000, Nova Ibiá, vilarejo de 7 000 habitantes no interior da Bahia, ganhou um estigma e uma obsessão. Como os números do censo mostravam que 59,85% dos seus habitantes diziam não ter religião alguma, Nova Ibiá passou a conviver com o estigma de ser a cidade mais atéia do Brasil. Em nenhuma outra, em ponto algum do país, tanta gente dizia não ter filiação religiosa. A segunda cidade com a maior tropa de sem-religião era Pitimbu, no interior da Paraíba, mas com números mais modestos – 42,44%. Desde então, a obsessão de Nova Ibiá é livrar-se do estigma do ateísmo. "Conheço dois ou três ateus, e só. Isso não é verdade", diz Raimundo Santana, bispo da Igreja Batista, atualmente ocupado em preparar os festejos do ano que vem, quando sua igreja completará 100 anos na região. "Não acredito nisso, nunca ninguém aqui me disse que não tem religião", reforça Albervan da Silva Cruz, o primeiro padre a residir em Nova Ibiá. "A cidade mais atéia? Não é verdade", sentencia o prefeito José Murilo Nunes de Souza, de 41 anos, com a autoridade de quem confessa, meio a contragosto, que se criou católico, mas não tem religião.
Os porta-vozes de Nova Ibiá, um povoado que fica nos confins da falida zona cacaueira da Bahia, estão em harmoniosa sintonia com a maioria dos brasileiros. No maior país católico do planeta, no país do sincretismo religioso, no país onde católicos têm benzedeira e evangélicos vão a sessões espíritas, no país que alega, num misto de gracejo e esperança, ser a terra natal de Deus, o Todo-Poderoso, quase nada é pior do que ser ateu. Uma pesquisa encomendada por VEJA, realizada pela CNT/Sensus, mostra que 84% dos brasileiros votariam em um negro para presidente da República, 57% dariam o voto a uma mulher, 32% aceitariam votar em um homossexual, mas – perdendo de capote – apenas 13% votariam em um candidato ateu (veja quadro). Pior que isso só o capeta. O levantamento mostra que, entre os grupos populacionais que se convencionou chamar de minorias – racial, sexual ou de gênero –, a minoria mais rejeitada é a religiosa, ou a anti-religiosa. No Brasil de São Frei Galvão, portanto, ser temente a Deus é mais do que uma marca nacional – chega a ser, informa a pesquisa, um imperativo social.

Às vésperas do Natal, quando 2,1 bilhões de cristãos vão comemorar os 2 007 anos do nascimento de Jesus Cristo, os católicos brasileiros seguem diminuindo ano após ano, como vem acontecendo desde 1940, mas ainda formam uma estupenda multidão: são quase 74% da população brasileira – o que equivale a mais de 130 milhões de fiéis. Com alguns disciplinados e praticantes e muitos displicentes e relapsos, os católicos do Brasil, com seu número espetacular, mostram o vigor da crença divina, a pujança da fé, a robustez de Deus – uma potência curiosamente dotada de todas as qualidades inversas às da humanidade, que é criada (e Deus é incriado), que é limitada (e Deus é ilimitado) e que é mortal (e Deus é imortal). Os números da fé no Brasil talvez sirvam como explicação para dois fenômenos. Explicam a resistência da religiosidade em um mundo marcado pela descrença e, ao mesmo tempo, o notável preconceito da maioria dos brasileiros em relação aos ateus. Faz sentido rejeitar alguém apenas porque não acredita em Deus?

"Faz todo o sentido", afirma a historiadora Eliane Moura Silva, professora da Universidade Estadual de Campinas e especialista em religião, ela própria uma atéia. "O brasileiro ainda entende o ateu como alguém sem caráter, sem ética, sem moral." É um entendimento que parece espalhar-se de modo mais ou menos homogêneo por todas as classes sociais. Recentemente, a historiadora deu duas aulas sobre ateísmo na Casa do Saber, instituição criada para eliminar lacunas intelectuais dos endinheirados de São Paulo, e a platéia teve uma reação adversa, quase hostil, às idéias ateístas. Antes, a neurocientista Silvia Helena Cardoso, doutora em psicobiologia pela Universidade da Califórnia, em Los Angeles, publicou um artigo num jornal de Campinas discutindo se os santos seriam esquizofrênicos, dada a freqüência com que tinham visões – ou alucinações. Recebeu tantas ameaças que resolveu abandonar o assunto. O professor Antônio Flávio Pierucci, da Universidade de São Paulo, especialista em sociologia da religião, explica o fenômeno: "Os brasileiros não estão habituados a se confrontar com a realidade do ateu". É o que leva os políticos – antes, durante e depois da eleição – a sempre dizer que ninguém é mais temente a Deus do que eles.

Fotos Gregorio Borgia, Ali Jarekji / Reuters, Steve Cole / Getty Images / Royalty Free
DO SANGUE E DA FÉ
Católicos se reúnem na Praça de São Pedro, em Roma(acima), e muçulmanos se encontram em Meca, na Arábia Saudita: os ateus nasceram junto com a primeira religião e, hoje, denunciam que, por trás da crença em Deus, há um rastro de violência e barbárie
Reuters

Em maio passado, o instituto Datafolha fez uma pesquisa sobre religiosidade por ocasião da visita ao país do papa Bento XVI. A pesquisa relevou a dimensão impressionante da fé brasileira: 97% disseram acreditar na existência de Deus, 93% informaram crer que Jesus Cristo ressuscitou depois de morrer crucificado e 86% concordaram que Maria deu à luz sendo virgem. Com números tão possantes, não há dúvida de que o Brasil figura entre os países mais crédulos do mundo – e isso abre um paradoxo. São cada vez mais abundantes as descobertas científicas sobre a origem do universo e das espécies. Se a credulidade não se abala diante disso, é lícito questionar que talvez nenhuma prova científica, por mais sólida e contundente, seja capaz de reduzir a pó o teísmo, a crença no divino (veja reportagem) "O último deus desaparecerá com o último dos homens", diz o filósofo francês Michel Onfray, em seu Tratado de Ateologia, sucesso retumbante com mais de 200.000 exemplares vendidos na França. E, ateu convicto, ele alfineta: "E com o último dos homens desaparecerão o temor, o medo, a angústia, essas máquinas de criar divindades".

Antes que o último homem se vá, percebem-se aqui e ali sinais de que a religião, em que pese seu vigor, começa a perder público – no Brasil, inclusive. De 1940 a 1970, a turma dos brasileiros sem religião ficou praticamente do mesmo tamanho, atolada em menos de 1% da população. Nas últimas três décadas, saltou de 1,6% para 7,3% (veja gráficos e mapa). Os sem-religião já são o terceiro maior grupo, atrás de católicos e de evangélicos. Pelos dados do último censo, os sem-religião eram 12,5 milhões, mais que um Portugal inteiro. Não são todos ateus, é claro. Entre eles, há agnósticos, secularistas, céticos e até quem acredita em Deus, mas não pratica nenhuma religião. O IBGE não pergunta aos entrevistados se são ateus ou não. Calcula-se, no entanto, que os ateus sejam uns 2%. Nos Estados Unidos, eles oscilam nessa faixa, mas os sem-religião de lá chegam aos 15%. No mundo, os ateus são uns 4%. São poucos, sobretudo se comparados aos bilhões de cristãos, muçulmanos e judeus, para ficar apenas nas três grandes religiões monoteístas, mas é uma massa crescente, principalmente nos países desenvolvidos. Na Espanha, Alemanha e Inglaterra, menos da metade da população acredita em Deus. Na França, os crentes não chegam a 30%.

Entre os brasileiros sem religião, a maior curiosidade está na Bahia de Todos os Santos, terra onde frei Henrique de Coimbra rezou a mítica primeira missa, em 26 de abril de 1500. A Bahia, que abriga Nova Ibiá e seu esquadrão de sem-religião, é o terceiro estado com o maior contingente de brasileiros sem filiação religiosa. E Salvador, entre as capitais, é a campeã nacional: 18% dos soteropolitanos não têm religião. Considerando-se o país todo, os sem-religião são mais numerosos entre os homens e entre os brasileiros com menos de 55 anos. Não se sabe de onde eles vêm. É provável que venham do rebanho de católicos desgarrados. O Rio de Janeiro, por exemplo, é o estado menos católico do país e, simultaneamente, tem o maior pelotão de sem-religião. Também é certo que boa parte dos católicos está virando neopentecostal. Nas duas últimas décadas, à queda acentuada de católicos correspondeu uma alta igualmente acentuada de evangélicos – em especial da Igreja Universal do Reino de Deus, que, sendo uma voraz sugadora de fiéis e dízimos, se transformou em potência divina e comercial.

A raiz do fenômeno que irriga o crescimento de evangélicos e de sem-religião faz parte da mesma genealogia: os laços étnicos e culturais de boa parte dos brasileiros estão se desfazendo como resultado da modernidade – do que a modernidade traz de positivo, como o aumento da escolarização e a crescente profissionalização de certas camadas sociais, e do que traz de negativo, como a desestruturação das famílias e a favelização das metrópoles. "É a religião atuando como solvente", diz o professor Flávio Pierucci, da USP. Seus números apóiam sua percepção. Um laço étnico que se desfaz: entre os adeptos do candomblé, credo de origem africana, 40% são brancos. Outro: nos cultos afro-brasileiros há cerca de 100.000 negros, e nos cultos evangélicos os negros já são 1,7 milhão. Mais um: os brasileiros que trocam o catolicismo pelo neopentecostalismo estão dissolvendo um laço cultural e histórico, substituindo a religião fundadora do Brasil, herança que vem do fundo do passado colonial, por uma novidade na cena religiosa do país. É aí, nesse processo de dissolução, que crescem os ateus e os sem-religião.
Por razões distintas, o ateísmo também é crescente lá fora. Nos Estados Unidos, o embate entre religiosos e sem-fé ficou mais intenso depois dos atentados de 11 de setembro de 2001, praticados por dezenove muçulmanos, e da eleição do presidente George W. Bush, o astro da direita cristã que se julga interlocutor de Deus. Com os cristãos conservadores exercendo notável influência em tribunais e escolas, os Estados Unidos são um caso único entre os países ricos e democráticos. Nenhum outro tem grau tão elevado de religiosidade – e de radicalismo. Em 2001, os mais fanáticos líderes religiosos americanos, em vez de condenar os atentados, disseram que eram uma punição contra um país que aceitava o aborto e o homossexualismo... Nesse ambiente, a literatura sobre o ateísmo tem feito barulho e sucesso, como é o caso do biólogo inglês Richard Dawkins, autor de Deus, um Delírio,do jornalista inglês Christopher Hitchens, que mora em Washington e escreveu Deus Não É Grande, e do filósofo americano Sam Harris, autor de Carta a uma Nação Cristã, um manifesto cortante em defesa do ateísmo (veja entrevista).

Ainda que sua história seja pouco conhecida, o ateísmo nasceu junto com a primeira religião, mas só entrou no cardápio das idéias abertamente debatidas com o advento do iluminismo, no século XVIII. Assim como os crentes, que se dividem em uma miríade de correntes e denominações, os ateus de hoje divergem em muitos pontos, mas há alguns consensos. Um deles é que a moralidade não depende das religiões, e, portanto, um ateu pode ser ético e bom. A favor da tese está a neurociência, cujas descobertas já provaram que até os chimpanzés têm noções morais, sentimentos de empatia e solidariedade – e não rezam nem crêem em Deus. Outro ponto em que todos os autores sobre ateísmo concordam é que as religiões produziram (e ainda produzem) notável rastro de sangue. Além dos exemplos clássicos das Cruzadas dos cristãos ou da expansão islâmica à base da espada, há exemplos contemporâneos. Na Irlanda do Norte, protestantes lutam contra católicos. Na Caxemira, são muçulmanos contra hindus. No Sudão, cristãos contra muçulmanos, que também se confrontam na Etiópia, na Costa do Marfim, nas Filipinas... Crentes de diferentes religiões ou denominações guerreiam no Irã, no Iraque, no Cáucaso, no Sri Lanka, no Líbano, na Índia, no Afeganistão...

É evidente que a moralidade não é mesmo resultado da religião, mas também não é resultado de sua ausência. Adolf Hitler (1889-1945), que planejou dizimar um povo inteiro, se dizia religioso. Josef Stalin (1879-1953), cujas vítimas fatais podem chegar a 20 milhões de soviéticos, se dizia ateu. Os religiosos também concordam que a fé já provocou guerras e violência. Em outubro passado, o papa Bento XVI, num encontro em Nápoles com lideranças multiconfessionais, conclamou a todos para "reiterar que a religião nunca poderia ser um veículo do ódio". Mas também se sabe que as religiões já contribuíram para a paz e desempenham um valoroso trabalho missionário nas áreas mais miseráveis do planeta. Ninguém pode afirmar que os deuses, os livros sagrados e as preces são uma criação do homem, sem nenhuma intervenção divina. Também ninguém pode garantir o contrário. Sendo assim, enquanto a idéia de Deus, a imagem do menino Jesus na manjedoura ou o espírito do Natal servirem para confortar e congregar milhares, milhões, bilhões de seres humanos, é bom que a fé possa seguir contribuindo para levar paz a homens e mulheres. Incluindo os moradores da pequena Nova Ibiá.

ONDE FORAM PARAR OS
ATEUS DE NOVA IBIÁ?
Fotos Xando Pereira, Steve Cole/Getty Images/Royalty Free
SEM PADRE
Sem a presença do padre, católicos fazem a leitura da Bíblia: convite para recrutar mais fiéis

No caminho para Nova Ibiá, a cidade baiana onde 60% da população diz não ter nenhuma religião, há uma igreja abandonada. Cercada por um mato alto e paredes descascando, a Igreja Nossa Senhora de Lourdes, onde se celebrava uma missa mensal, não abre mais as portas. Lília Lisboa, que cuidava do prédio, mudou-se para Salvador e ninguém se interessou em tomar conta do templo. Quinze quilômetros à frente, já no centro de Nova Ibiá, diante da praça central, fica a modesta Igreja de São José, o principal templo católico do vilarejo. Ali, numa noite de segunda-feira, dezoito pessoas escutavam a leitura da Bíblia sob a luz tênue de uma vela grande e oito velas pequenas. Não havia padre no altar. A leitura da Bíblia era feita por uma beata, sentada no primeiro banco de madeira. À entrada da igreja, um cartaz conclamava: "Toda a igreja está feliz com sua vinda. Quando voltar, traga um convidado".

Apresentada assim, com igreja abandonada e campanha de recrutamento de fiéis, Nova Ibiá parece fazer jus à fama de a cidade mais atéia do Brasil. Mas há algo que não se encaixa. Tudo em Nova Ibiá recende a religião. O município não tem agência bancária, médico, hospital nem juiz, mas tem três lan houses – e nada menos que doze igrejas. São três católicas e nove templos evangélicos, além de um terreiro de candomblé. "Também", diz o prefeito, José Murilo de Souza, "é mais fácil abrir uma igreja do que um comércio." Na Igreja de São José, cujo santo é o padroeiro do povoado, as missas de domingo reúnem 150 fiéis. Dobrando a esquina, a Igreja Batista de Nova Ibiá, fundada em 1908, recebe 400 pessoas nos dias mais concorridos – uma enormidade para um vilarejo de 7 000 habitantes. O altar é um móvel de compensado, custou 180 reais logo ali, na Paloma Móveis, mas o sistema de som, para não perder um único aleluia, é coisa de 25 000 reais. "Aqui, ou é crente ou é católico", diz o bispo Raimundo Santana, negro corpulento de 51 anos, casado, quatro filhos, todos batistas e um já missionário, que há 28 anos comanda a Igreja Batista de Nova Ibiá.
COM O BISPO
O bispo Raimundo, em seu templo: o altar é de compensado, custou 180 reais, mas o som é de primeira
Onde estão os ateus, os agnósticos, os sem-religião de Nova Ibiá? Há algo que não se encaixa. Em 1991, o censo do IBGE descobriu que havia 6,35% de pessoas sem religião na cidadezinha e que 83,35% da população dizia ser católica. Em 2000, no novo censo, a realidade havia virado de ponta-cabeça: 59,85% afirmavam não ter religião e apenas 16,02% diziam-se católicos. Tamanha mudança só se justificaria com uma rebelião de católicos, mas ninguém tem notícia de um movimento dessa natureza. Ao contrário. Até fevereiro do ano passado, o padre não morava em Nova Ibiá. Ia à cidade de vez em quando, para celebrar a missa, e partia. Agora, o padre Albervan da Silva Cruz mora na cidade e reza muita missa. Na Igreja Matriz, há missa no domingo, na terça, na primeira sexta de cada mês e, de quinze em quinze dias, no sábado. Na Igreja de São Roque, a missa é na quinta. Na Igreja de São Francisco, na zona rural, a missa é rezada duas vezes por mês, sempre aos domingos. Aos 30 anos, o padre Albervan é o primeiro pároco de Nova Ibiá, e Nova Ibiá é a primeira paróquia do padre Albervan. Ali, ele já fez dez casamentos e dá aula de filosofia para quinze turmas da 5ª à 8ª série da escola pública local.

O cenário religioso de Nova Ibiá é um retrato em miniatura da realidade brasileira: os evangélicos crescem, enquanto os católicos lutam para que seu rebanho não se disperse – ainda assim, a queda vertiginosa de 83,35% para 16,02% de católicos em nove anos é inexplicável. O padre, rival dos evangélicos, tem uma explicação conspiratória. Diz que ouviu falar que os pesquisadores do IBGE eram protestantes e, quando um católico dizia ser católico, mas não praticante, eles cravavam "sem religião" por conta própria. "Não sei se é verdade", afirma. É improbabilíssimo que seja, mas é certo que os evangélicos estão ganhando terreno. De 1991 para 2000, saltaram de 9,69% para 23,65%. O pulo, conforme o bispo Raimundo Santana, deu-se em 1998, quando a Igreja Batista resolveu "renovar-se", ou seja, passou a acreditar em dons espirituais e curas divinas. "Eu mesmo não acreditava, mas hoje acredito", diz ele. "Depois da renovação, a igreja cresceu muito." De dízimo, ela recolhe entre 3 000 e 4 000 reais mensais.


O comerciante Idevaldo Prazeres da Silva, de 50 anos, é um dos convertidos. Era católico, há nove anos virou evangélico, tem um irmão pastor e está lendo a Bíblia pela quarta vez. Veste uma camiseta na qual se lê: "Em Deus tenho posto minha confiança". Da loja de material de construção de Idevaldo da Silva, sobe-se uma ladeira para chegar à casa do único ateu identificado de Nova Ibiá. Ateu? Não, ele diz que não, que é católico há anos e perdeu a conta do tempo que freqüenta a igreja. Com a barba por fazer, mãos levemente trêmulas, o ateu enrustido – ou o católico caluniado – diz que só conhece gente de fé em Nova Ibiá. O bispo Raimundo Santana, com sua experiência de quase três décadas pregando, garante que há outros dois ateus no vilarejo, mas não os identifica. Porque um está indo a um centro espírita e abandonando o ateísmo. O outro está dando os primeiros passos para aderir à igreja do bispo. Ele não quer estragar essa peregrinação rumo à fé revelando quem são. Acredita que em breve Nova Ibiá não terá nem ateus nem materialistas – e explica, com sua metafísica peculiar, a diferença entre um e outro: "Ateu não acredita em nada, materialista só acredita no que pega e vê".
(Todos os livros mencionados nesta reportagem estão publicados no Brasil.)
Fonte:  Revista Veja

Historicidade de Cristo Contestada Pela Comunidade Acadêmica


Fonte: http://debatadesvendeedivulgue.com/ddd2/?p=2916

02/05/2011
Por IvoSGReis

Historicidade de Cristo em Xeque na Comunidade Acadêmica

E quanto à historicidade de Cristo, muitos foram os que, nos círculos acadêmicos ou fora deles, se pronunciaram contrários, escreveram livros, ensaios e até sofreram perseguições em suas vidas, por terem a coragem de assumir publicamente suas posturas. Dentre alguns dos mais notórios que se manifestaram contra a historicidade de Cristo, segue, abaixo, uma relação cronológica, extraida do site Jesus Never Existed , na qual e segundo minhas fontes, poderia eu ainda, se quisesse, fazer inúmeras outras inserções, como, por exemplo e para citar só um nome, Bart D. Ehrman, uma lamentável ausência na lista, com 3 excelentes livros sobre o assunto ("Evangelhos Perdidos: As Batalhas pela Escritura e os Cristianismos que não Chegamos a Conhecer (2003)"; " O Que Jesus Disse e o que Jesus Não Disse: Quem mudou a Bíblia e por quê?" (2006); "Pedro, Paulo e Maria Madalena: A verdade e a lenda sobre os seguidores de Jesus (2006)". Só não o fiz por respeitar a autoria e manter os créditos ao artigo original, aqui reproduzido, na íntegra, e apenas reformatado nos grifos.

 "Quantum nobis prodeste haec fabula Christi"! ("Quanto nos é útil esta FÁBULA de Cristo"!)" A fábula de Cristo é de tal modo lucrativa para a Igreja, que seria loucura advertir os ignorantes de seu erro" – Papa Leão X.
“Não creria nos Evangelhos, se a tanto não me visse obrigado pela autoridade da Igreja”. ( Santo Agostinho)
Não, nós, os irreligiosos, não somos insanos e nem estamos sozinhos. Além de vários cientistas, pensadores, historiadores, teólogos, filósofos e escritores, como Nietzsche, Einstein, Strauss, Emílio Bossi, Ernest Renan, José Saramago, Bertrand Russell, Richard Dawkins…, vários outros também não criam no "Deus" dos Cristãos, nem em Jesus Cristo e muito menos na Bíblia e nos Evangelhos, não os considerando "livros sagrados".
 Veja a matéria e a lista (clique e/ou arraste na barra lateral para rolar as páginas)

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Lista de Personalidades Contrárias à Historicidade de Cristo

Demolindo o Mito de Jesus – Uma História

Por mais de duzentos anos, uma minoria de corajosos pesquisadores têm ousado questionar a historicidade de Jesus. Apesar dos riscos de ataque físico, ruína profissional e ostracismo, eles duvidaram seriamente da veracidade da saga dos evangelhos, descascaram as camadas de fraude e engano e finalmente desafiaram a própria existência do homem-deus.

Hermann Samuel Reimarus (1694-1768).1778, Sobre a Intenção de Jesus e Seu Ensinamento. Pensador iluminista e professor de línguas orientais do Ginásio de Hamburgo, sua extensa obra — publicada após sua morte — rejeita a “religião revelada” e defende um deísmo naturalista. Reimarus acusou os escritores dos evangelhos de fraude proposital e inumeráveis contradições.
Francois Marie Arouet (Voltaire) (1694-1778) A mais influente figura do Iluminismo, foi educado num colégio jesuíta e ainda assim concluiu “O cristianismo é a religião mais ridícula, absurda e sangrenta que jamais infectou o mundo… O verdadeiro Deus não pode ter sido dado à luz por uma garota, nem sido morto num cadafalso e nem ser comido numa porção de hóstia.” Preso, exilado, seus livros banidos e queimados, a grande popularidade de Voltaire na França assegurou-lhe um descanso final no Panteão, em Paris. Extremistas religiosos roubaram seus restos mortais e os atiraram numa pilha de lixo.
Count Constantine Volney, 1787, As Ruínas; ou, Meditação sobre as revoluções dos impérios (Ruína dos Impérios). Pesquisador napoleônico, viu com seus próprios olhos evidências de precursores egípcios do cristianismo.
Edward Evanson, 1792, A Dissonância dos Quatro Evangelistas Geralmente Recebidos e a Evidência de suas Respectivas Autenticidades. Racionalista inglês que contestou a autoria apostólica do Quarto Evangelho e denunciou como espúrias várias epístolas Paulinas.
Charles François Dupuis, 1794, Origem de todos os Cultos ou a Religião Universal. Interpretação astrológico-mítica do Cristianismo (e de toda religião). “Um grande erro é mais facilmente propagado que uma grande verdade, porque é mais fácil crer que raciocinar e porque as pessoas preferem o maravilhoso do romance à simplicidade da História.” Dupuis destruiu a maior parte de seu próprio trabalho por causa das violentas reações que causou.
Thomas Paine, 1795, A Idade da Razão. Panfleteiro que fez o primeiro apelo à independência dos Estados Unidos (Bom Senso, 1776; Direitos do Homem,1791) Paine derramou sátiras virulentas nas contradições e atrocidades da Bíblia. Como muitos revolucionários americanos, Paine era deísta:
"Eu não creio na fé professada pela igreja judaica, pela igreja romana, pela igreja grega, pela igreja turca, pela igreja protestante ou por qualquer outra de que tenha notícia… Cada uma destas igrejas acusa a outra de descrença; e de minha parte eu descreio de todas.” – A Idade da Razão
Robert Taylor, 1828, Sintagma de Provas da Religião Cristã; 1829, Diegesis. Taylor foi aprisionado por afirmar as origens míticas do cristianismo. “Os primeiros cristãos entendiam as palavras como nada mais que a personificação do princípio da razão, da bondade, ou daquele princípio, seja qual for, que pode ser mais benéfico à humanidade durante o curso de uma vida.”
Godfrey Higgins (1771-1834). 1836, Anacalipse – Uma Tentativa de Remover o Véu da Ísis Saíta ou um Inquérito da Origem das Línguas, Nações e Religiões. Pioneiro inglês da arqueologia e maçom.
Bruno Bauer, 1841, Crítica da História Evangélica dos Sinóticos. 1877, Cristo e os Césares. A Formação da Cristandade entre os Romanos Helenizados. O iconoclasta original. Bauer contestou a autenticidade de todas epístolas paulinas (nas quais viu a influência de pensadores estóicos, como Sêneca) e identificou o papel de Fílon no cristianismo emergente. Bauer rejeitou a historicidade do próprio Jesus. "Tudo que se sabe sobre Jesus pertence ao reino da fábula.” Como resultado, em 1842, Bauer foi ridicularizado e removido de sua cátedra de Novo Testamento em Tübingen.
Ralph Waldo Emerson, 1841, Ensaios. Inicialmente cristão trinitário e posteriormente ministro unitário, defendeu que Jesus era um “verdadeiro profeta”, mas que o cristianismo institucionalizado era um “despotismo oriental”: “Nossas escolas dominicais, igrejas e ordens monásticas são jugos sobre nossos pescoços."
Mitchell Logan, 1842, A Mitologia Cristã Revelada. “A opinião predominante, embora infundada e absurda, é sempre a rainha das nações.”
Ferdinand Christian Baur, 1845, Paulo, o Apóstolo de Jesus Cristo. Estudioso alemão que identificou como “inautênticas” não apenas as epístolas pastorais, mas também Colossenses, Efésios, Filêmon e Filipenses (deixando apenas as quatro principais epístolas paulinas consideradas genuínas). Baur foi o fundador da assim chamada “Escola de Tübingen”.
David Friedrich Strauss, 1860, A Vida de Jesus Examinada Criticamente. Vigário luterano que se tornou estudioso, expôs magistralmente os milagres evangélicos como mito e, no processo, reduziu Jesus a um homem comum, o que lhe custou sua carreira.
Ernest Renan, 1863, Vida de Jesus. Educado como padre católico, escreveu uma biografia romanceada do homem-deus, sob a influência dos críticos alemães. Custou-lhe seu emprego.
Robert Ingersoll, 1872, Os Deuses. Extraordinário orador de Illinois, seus discursos atacavam a religião cristã. “Sempre me pareceu que um ser vindo de outro mundo, com uma mensagem de infinita importância para a humanidade, deveria pelo menos ter escrito tal mensagem de seu próprio punho. Não é admirável que nenhuma palavra foi jamais escrita por Cristo?”
Kersey Graves, 1875, Os Dezesseis Salvadores Crucificados da Humanidade. Quacre da Pensilvânia que viu um fundo pagão através das invenções cristãs, embora raramente citasse fontes para suas conclusões avançadas.
Allard Pierson, 1879, O Sermão da Montanha e outros Fragmentos Sinóticos. Historiador de arte, literatura e teologia que identificou o Sermão da Montanha como uma coleção de aforismos da literatura sapiençal judaica. Esta publicação foi o começo da Crítica Radical Holandesa. Não apenas a autenticidade das epístolas paulinas, mas a própria existência histórica de Jesus foi trazida à baila.
Bronson C. Keeler, 1881, Pequena História da Bíblia. Uma exposição clássica das fraudes cristãs.
Abraham Dirk Loman, 1882, "Quaestiones Paulinae," in Theologisch Tijdschrift. Professor de teologia em Amsterdã que declarou que todas as epístolas paulinas datam do segundo século. Loman explicou que o cristianismo era a fusão do pensamento judaico ao helenístico-romano. Ao perder a visão, Loman acabou enxergando através das trevas da história da igreja.
Thomas William Doane, 1882, Os Mitos Bíblicos e seus Paralelos em Outras Religiões. Desatualizado, mas uma revelação clássica dos antecessores pagãos dos mitos e milagres bíblicos.
Samuel Adrianus Naber, 1886, Verisimilia. Laceram conditionem Novi Testamenti exemplis illustrarunt et ab origine repetierunt. Classicista que viu mitos gregos escondidos dentro das escrituras cristãs.
Gerald Massey, 1886, O Jesus Histórico e o Cristo Mítico. 1907, Antigo Egito-A Luz do Mundo. Outro clássico da pena de um inimigo precoce do clero. Esse egiptologista britânico escreveu seis volumes sobre a religião do antigo Egito.
Edwin Johnson, 1887, Antiqua mater. Um Estudo das Origens Cristãs. Teólogo radical inglês, identificou os primeiros cristãos como os primeiros cristãos como os “crestianos”, seguidores de um bom (Chrestos, em grego) Deus que havia se apossado do mito de Dionísio Eleutério (“Dionísio, o Libertador”) para produzir um homem-deus altruísta que se sacrificou. Denunciou que os doze apóstolos eram uma completa invenção.
Rudolf Steck, 1888, A Epístola aos Gálatas investigada quanto à sua pureza e uma Observação Crítica das Principais Epístolas Paulinas. Estudioso radical suíço que classificou todas as epístolas paulinas como falsas.
Franz Hartman, 1889, A Vida de Johoshua: Profeta de Nazaré.
Willem Christiaan van Manen, 1896, Paulus. Professor em Leiden e mais famoso dos Radicais Holandeses, um clérigo que não acreditava na ressurreição física de Jesus Cristo. Depois de resistir à conclusão por vários anos, van Manen admitiu que nenhuma das epístolas paulinas era genuína e que os Atos dos Apóstolos se baseiam nas obras de Josefo.
Joseph McCabe, 1897, Porque Deixei a Igreja. 1907, A Bíblia na Europa: Investigação da Contribuição da Religião Cristã à Civilização. 1914, As Origens da Moral Evangélica. Monge franciscano que se tornou evangélico e depois ateu. McCabe, prolífico autor, destroçou muitas partes da lenda cristã – "Não há uma "figura de Jesus" nos Evangelhos. Há uma dúzia de figuras" – mas continuou a admitir a plausibilidade de um fundador histórico, apesar disso.
Albert Schweitzer, 1901, O Mistério do Reino de Deus. 1906, A Busca pelo Jesus Histórico. O famoso teólogo e missionário alemão (35 Anos nos Camarões) ridicularizou o Jesus humanitário dos liberais e teve, ao mesmo tempo, coragem para reconhecer o trabalho dos Radicais Holandeses. Sua conclusão pessimista foi a de que o super-herói foi um fanático apocalíptico que morreu desapontado. Autor da célebre frase: "aqueles que buscam um Jesus histórico apenas encontram um reflexo de si mesmos."
Wilhelm Wrede, 1901, O Segredo Messiânico. Demonstrou como, no evangelho de Marcos, uma falsa história foi criada pelas crenças dos primeiros cristãos.
George Robert Stowe Mead, 1903, Jesus Viveu em 100 a.C.? Uma discussão das histórias judaicas sobre Yeshu que leva Jesus para uma época mais antiga.
Thomas Whittaker, 1904, Origens da Cristandade. Declarou que Jesus era um mito.
William Benjamin Smith, 1906, O Jesus Pré-Cristão. 1911, Os Ensinamentos Pré-Cristãos do Jesus Pagão. Defende a existência de um culto a um Jesus pré-cristão na ilha de Chipre.
Albert Kalthoff, 1907, Ascensão do Cristianismo. Outro radical alemão que identificou o Cristianismo como uma psicose de massas. Cristo era essencialmente o princípio transcedental da comunidade cristã que buscava uma reforma social apocalíptica.
Gerardus Bolland, 1907, O Josué Evangélico. Filósofo em Leiden, identificou a origem do cristianismo no antigo gnosticismo judaico. O super-astro do Novo Testamento é o “filho de Num” do Velho Testamento, o homem a quem Moisés renomeou como Josué. A virgem nada mais é que um símbolo do povo de Israel. De Alexandria, os "Netzerim" levaram seu evangelho até a Palestina.
Em 1907, o Papa Pio X condenou os Modernistas que estavam “atuando dentro dos limites da Igreja”. Um juramento anti-Modernista foi introduzido em 1910.
Prosper Alfaric (1886-1955) Professor francês de teologia, abalado pela posição de Pio X, renunciou à sua fé e deixou a Igreja em 1909 para trabalhar em prol do racionalismo.
Mangasar Magurditch Mangasarian, 1909, A Verdade Sobre Jesus? Ele É um Mito? Perspicaz ministro presbiteriano que enxergou o mito por trás da farsa.
Karl Kautsky, 1909, As Fundações do Cristianismo. Teórico socialista que interpretou o cristianismo como uma manifestação da luta de classes.
John E. Remsburg, 1909, O Cristo: Uma revisão crítica e análise de Sua existência. Afirmou que os evangelhos estavam cheios de contradições, duvidou que Jesus tenha existido e afirmou que o Cristo sobrenatural é apenas certamente um dogma cristão.
Arthur Drews, 1910, Die Christusmythe (O Mito de Cristo). 1910, Die Petruslegende (A Lenda de Pedro). 1924, Die Entstehung des Christentums aus dem Gnostizismus (A Emergência do Cristianismo a partir do Gnosticismo). Eminente filósofo que foi o maior expoente da Alemanha na argumentação em favor do caráter mitológico de Cristo. Segundo Drews, os evangelhos historicizaram um Jesus mítico pré-existente cujo caráter foi derivado dos profetas e da literatura sapiençal judaica. A Paixão foi baseada em especulações de Platão.
John Robertson, 1910, Christianismo e Mitologia. 1911, Cristos Pagãos. Estudos em Hagiografia Comparativa. 1917, O Problema de Jesus. Robertson chamou atenção para a universalidade de muitos dos elemtnos da biografia de Jesus e para a existência de rituais de crucifixão no mundo antigo. Identificou Jesus/Josué com um antigo deus efraimita em forma de cordeiro.
Gustaaf Adolf van den Bergh van Eysinga, 1912, Visões Radicais sobre o Novo Testamento. 1918, Cristandade Pré-Cristã. O surgimento do Evangelho no mundo helenístico. Teólogo e último dos “radicais holandeses” a ter uma cátedra universitária.
Alexander Hislop, 1916, As Duas Babilônias. Exaustiva exposição dos rituais e parafernálias pagãs do Catolicismo Romano.
Edward Carpenter, 1920, Credos Pagãos e Cristãos. Elaborou uma descrição das origens pagãs do Cristianismo.
Rudolf Bultmann, 1921, A História da Tradição Sinótica. 1941, Novo Testamento e Mitologia. Teólogo luteraon e professor da Universidade de Marburgo, Bultmann foi o expoente da “crítica formal” e fez muito para desmistificar os evangelhos. Identificou as narrativas sobre Jesus como teologia expressa em linguagem mítica. Observou também que o Novo Testamento não é a história de Jesus, mas o registro da crença dos primeiros cristãos. Argumentou que a busca por um Jesus histórico era infrutífera: “Nós não podemos saber praticamente nada a respeito da vida ou da personalidade de Jesus.” (Jesus e a Palavra, 8)
James Frazer, 1922, O Ramo Dourado. Interpretação antropológica do progresso do homem a partir da magia, através da religião, até a ciência. O Cristianismo é um fenômeno cultural.
P. L. Couchoud, 1924, O Mistério de Jesus.1939, A Criação de Cristo. Couchoud era adepto da historicidade de Pedro, mas não de Jesus, e defendeu que a Paixão foi modelada a partir da morte de Estêvão.
Georg Brandes, 1926, Jesus – Um Mito. Identificou o Apocalipse como a parte mais antiga do Novo Testamento.
Joseph Wheless, 1926, Palavra de Deus? Uma Exposição das Fábulas e Mitologia da Bíblia e das Falácias da Teologia. 1930, Falsificações no Cristianismo. Advogado americano, criado no “Cinturão da Bíblia”, destroçou as fantasias bíblicas.
Henri Delafosse, 1927, As Cartas de Inácio de Antióquia. 1928, "Os Escritos de São Paulo" em Cristianismo. Epístolas de Inácio são denunciadas como falsificações tardias.
L. Gordon Rylands, 1927, A Evolução do Cristianismo. 1935, Jesus Viveu?
Edouard Dujardin, 1938, Antiga História do Deus Jesus.
John J. Jackson, 1938, Cristianismo Antes de Cristo, Chamou atenção para precedentes egípcios das crenças cristãs.
Alvin Boyd Kuhn, 1944, Quem É o Rei da Glória? 1970, Renascimento para o Cristianismo. Jesus não foi uma pessoa, mas um símbolo da alma humana que existe em cada ser humano.
Herbert Cutner, 1950, Jesus: Deus, Homem ou Mito? Natureza mítica de Jesus e o sumário do contínuo debate entre os mitologistas e os historicizantes. A hipótese mítica é uma tradição contínua, não nova. Cristo teve origens pagãs.
Georges Las Vergnas, 1956, Porque Deixei a Igreja Romana.
Georges Ory, 1961, Uma Análise das Origens de Cristo.
Guy Fau, 1967, A Fábula de Jesus Cristo.
John Allegro, 1970, O Cogumelo Sagrado e a Cruz. 1979, Os Manuscritos do Mar Morto e o Mito de Cristo. Jesus não foi mais que um cogumelo mágico e a sua vida, a interpretação alegórica de um estado alterado de consciência. Não foi preso, mas sofreu descrédito e teve sua carreira arruinada.
George Albert Wells, 1975, Jesus Existiu? 1988, A Evidência Histórica de Jesus. 1996, A Lenda de Jesus. 1998, Jesus Mito. 2004, Podemos Confiar no Novo Testamento? Considerações sobre a Confiabilidade dos Mais Antigos Testemunhos Cristãos. O Cristianismo surgiu da literatura sapiençal judaica. Em seus livros mais tardios, admite a possibilidade de influência de um pregador real.
Max Rieser, 1979, O Verdadeiro Fundador do Cristianismo e a Filosofia Helenística. O Cristianismo começou com os judeus da Diáspora e depois, retroativamente, ambientado na Palestina de antes de 70. O Cristianismo chegou por último à Palestina, e não primeiro – eis porque achados arqueológicos cristãos aparecem em Roma, mas não na Judéia, até o século IV.
Abelard Reuchlin, 1979, A Verdadeira Autoria do Novo Testamento. Teoria de Conspiração do melhor tipo: o aristocrata romano Arius Calpurnius Pisus (alias, “Flavius Josephus”) conspirou para ganhar o controle de todo o Império Romano através da invenção de uma religião inteiramente nova.
Hermann Detering, 1992, Cartas de Paulo sem Paulo?: As cartas de Paulo segundo os críticos radicais holandeses. Ministro religioso holandês adepto da antiga tradição dos radicais. Nem Jesus nem Paulo existiram.
Gary Courtney, 1992, 2004 Et tu, Judas? Então Caiu Jesus! A Paixão de Cristo é essencialmente a história de César sob um disfarce judaico, mesclada ao culto da morte/ressurreição de Átis. Fãs judaicos de César assimilaram o “salvador da humanidade” ao “servo sofredor” de Isaías.
Michael Kalopoulos, 1995, A Grande Mentira. Historiador grego que descobriu paralelos notavelmente semelhantes entre os textos bíblicos e a mitologia grega. Denunciou a natureza astuta, mentirosa e autoritária da religião.
Gerd Lüdemann, 1998, A Grande Ilusão: E o que Jesus Realmente Disse e Fez. 2002, Paulo: O Fundador do Cristianismo. 2004, A Resurreição de Cristo: Uma Investigação Histórica. Depois de 25 anos de estudo, o professor alemão concluiu que Paulo, não Jesus, iniciou o Cristianismo. Lüdemann foi expulso da faculdade de teologia da Universidade de Göttingen pour ousar dizer que a Ressurreição foi um “pio auto-engano”. Demais para a liberdade acadêmica.
Alvar Ellegard, 1999, Jesus, Cem Anos Antes de Cristo. O Cristianismo visto como originário da Igreja Essênia de Deus, com Jesus sendo um protótipo do Mestre da Virtude.
D. Murdock (“Acharya S”) 1999, A Conspiração Cristã: A Maior Mentira Que Já Foi Vendida. 2004, Sóis de Deus: Krishna, Buda e Cristo Revelados. Adiciona uma dimensão astro-teológica à demolição do mito cristão. Murdds a astro-theological dimension to christ-myth demolition. Murdock identifica Jesus Cristo como uma divindade composta usada para unificar o Império Romano.
Earl Doherty, 1999, O Enigma de Jesus. O Cristianismo Primitivo Começou com um Cristo Mítico? Poderosa afirmação de como o Cristianismo começou como uma seita mística judaica, sem necessidade de Jesus!
Timothy Freke, Peter Gandy, 1999, Os Mistérios de Jesus. 2001, Jesus e a Deusa Perdida: Os Ensinamentos Secretos dos Cristãos Originais. Examina a relação próxima entre a história de Jesus e a de Osíris/Dionísio. Jesus e Maria Madalena são figuras míticas baseadas na dualidade Deus/Deusa do paganismo.
Harold Liedner, 2000, A Criação do Mito Cristão. Anacronismos e erros geográficos dos evangelhos denunciados. O Cristianismo é uma das fraudes mais bem-sucedidas da História.
Robert Price, 2000, Deconstruindo Jesus. 2003 O Incrível Encolhimento do Filho do Homem: Quão Confiável é a Tradição Evangélica? Ex-ministro e estudioso reputado, mostra como Jesus é o amálgama de diversos profetas do primeiro século, redentores de cultos de mistério e “aions” gnósticos.
Hal Childs, 2000, O Mito do Jesus Histórico e a Evolução da Consciência. O ataque de um psicoterapeuta ao deus-homem.
Michael Hoffman, 2000, Filósofo e teórico da “morte do ego” que descartou a existência de um Jesus histórico.
Burton Mack, 2001, O Mito Cristão: Origens, Lógica e Legado. Formação social da criação do mito.
Luigi Cascioli, 2001, A Fábula de Cristo. Indicia o Papado por lucrar com uma fraude!
Frank R. Zindler, 2003, O Jesus que os Judeus Nunca Conheceram: Sepher Toldoth Yeshu e a Busca por um Jesus Histórico em Fontes Judaicas. Sem evidências em fontes Judaicas que corroborem o Messias espectral.
Daniel Unterbrink, 2004, Judas, o Galileu. Carne e Sangue de Jesus. Paralelos entre o líder da revolta fiscal de 6 AD e o fantasma dos Evangelhos explorados em detalhe. “Judas é Jesus”. Bem, pelo menos em parte, sem dúvida.
Tom Harpur, 2005, O Cristo Pagão: Recuperando a Luz Perdida. Estudioso canadense do Novo Testamento e ex-padre anglicano que reafirma as idéias de Kuhn, Higgins e Massey. Jesus é um mito e as idéias originais do Cristianismo se originaram no Egito.
Francesco Carotta, 2005, Jesus Era César: Sobre a Origem Juliana do Cristianismo. Exaustiva lista de paralelos. Estranhamento afirma que César era Jesus.
Joseph Atwill, 2005, O Messias de César: A Conspiração Romana para Inventar Jesus. Outra análise das similaridades entre Josefo e os Evangelhos. Atwil argumenta que os conquistadores da Judéia, Vespasiano, Tito e Domiciano, usaram judeus helenizados para manufaturar os textos “Cristãos” para estabelecer uma alternativa pacífica ao judaísmo militante. Jesus foi Tito? Não creio.
Michel Onfray, 2005, Tratado de Ateologia Filósofo francês que defende o ateísmo positivo, desmistifica a existência histórica de Jesus, entre outras coisas.
Kenneth Humphreys, 2005, Jesus Não Existiu. O livro deste site. Reúne as mais convincentes exposições sobre o suposto super-herói messiânico; O autor ambienta sua exegese dentro do contexto sócio-histórico de uma religião maligna em evolução.
Jay Raskin, 2006, A Evolução de Cristo e dos Cristianismos. Acadêmico e ativo cineasta, Raskin olha além da cortina de fumaça oficial de Eusébio e encontra um Cristianismo fragmentário e um Cristo composto a partir de vários personagens históricos e literários. Especula que a camada mais antiga da criação do mito foi uma peça escrita por uma mulher chamada Maria. Talvez.
Thomas L. Thompson, 2006, O Mito do Messias. Teólogo, deão e historiador da Escola de Compenhague que concluiu que tanto Jesus como Davi são amálgamas de temas mitológicos do Oriente Médio originados na Idade do Bronze.

Fonte: Jesus Never ExistedFontes secundárias: Wikipédia, artigos da página"Religião", do blog Debata Desvende e Divulgue!

Os números do CENSO sobre religião

http://g1.globo.com/brasil/noticia/2012/06/numero-de-evangelicos-aumenta-61-em-10-anos-aponta-ibge.html

Os católicos diminuíram 1,3% entre 2000 e 2010, segundo o Censo. Mas o país segue de maioria católica, com 123,2 milhões de pessoas.

O número de evangélicos no Brasil aumentou 61,45% em 10 anos, segundo dados do Censo Demográfico divulgado nesta sexta-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2000, cerca de 26,2 milhões se disseram evangélicos, ou 15,4% da população. Em 2010, eles passaram a ser 42,3 milhões, ou 22,2% dos brasileiros. Em 1991, o percentual de evangélicos era de 9% e, em 1980, de 6,6%.
Mesmo com o crescimento de evangélicos, o país ainda segue com maioria católica. Segundo o IBGE, o número de católicos foi de 123,3 milhões em 2010, cerca de 64,6% da população. No levantamento feito em 2000, eles eram 124,9 milhões, ou 73,6% dos brasileiros. A queda foi de 1,3%.
Número de brasileiros em cada religião/Censo 2010
ReligiãoPopulação
Católica apostólica romana123.280.172
Evangélicas42.275.440
Espírita3.848.876
Umbanda, candomblé e religiões afrobrasileiras588.797
Outras religiões5.185.065
Sem religião15.335.510
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE)
A queda do percentual de católicos é histórica, de acordo com o instituto. Até 1970, em quase 100 anos, a queda foi de 7,9 pontos percentuais: o número de católicos em 1872 (ano do primeiro Censo) representava 99,7% da população e passou a 91,8% em 1970.
O Nordeste ainda mantém o maior percentual de católicos, com 72,2% em 2010. Apesar de ser a região do país com maior concentração do grupo religioso, a população nordestina católica sofreu queda. Em 2000, o percentual era de 79,9%. No Sul, o IBGE também identificou redução do percentual de católicos, saindo de 77,4% para 70,1% nos censos de 2000 e de 2010, respectivamente.
A maior redução foi registrada pelo instituto no Norte, passando de 71,3% da população em 2000 para 60,6% em 2010.
Brasileiros, por sexo, em cada religião/Censo 2010
ReligiãoHomensMulheres
Católica apostólica romana61.180.31662.099.856
Evangélicas18.782.83123.492.609
Espírita1.581.7012.267.176
Umbanda, candomblé e religiões afrobrasileiras269.488319.310
Outras religiões2.364.6961.122.524
Sem religião9.082.5076.253.004
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE)
O IBGE registrou que, ao mesmo tempo em que o número de católicos caiu no Norte e no Nordeste, o número de evangélicos cresceu com maior volume nas duas regiões. A representatividade no Norte saiu de 19,8% (2000) para 28,5% (2010). No Nordeste, o aumento de evangélicos foi menor, saindo de 10,3% para 16,4%, se comparados os Censos de 2000 e de 2010, respectivamente.
No estado do Rio de Janeiro, o percentual de católicos é 45,8% da população em 2010, o menor do país, segundo o IBGE. No estado também foi registrada a maior concentração de espíritas com 4%; seguido de São Paulo, com 3,3%; Minas Gerais, com 2,1%; e Espírito Santo, com 1%.
No Piauí, o percentual de católicos foi o maior, com 85,1% da população do estado. A proporção de evangélicos foi maior em Rondônia, com 33,8%. A menor foi registrada no Piauí, com 9,7%.
O IBGE registrou que 15 milhões de pessoas se declararam sem religião no Censo de 2010, o que representa 8% dos brasileiros. Em 2000 eram 12,5 milhões, o equivalente a 7,3% da população.
O Censo 2010 também apontou que 31,5% dos espíritas têm nível superior completo, apenas 1,8% das pessoas não têm instrução e 15% têm ensino fundamental incompleto. Outros 1,4% dos espíritas não são alfabetizados.
Os católicos têm 6,8% das pessoas sem instrução e 39,8% com ensino fundamental incompleto. No grupo dos que se declaram sem religião o percentual de pessoas sem instrução é de 6,7% e outros 39,2% têm ensino fundamental incompleto. Entre os evangélicos o percentual chega a 6,2% (sem instrução) e a 42,3% (com ensino fundamental incompleto)

FAÇO DELA AS MINHAS PALAVRAS

(...) Bom, eu não conheço todos os padres do mundo para dizer se são mentes fechadas, pedófilos ou pederastas, mas sei que os padres e pastores que conheci não eram tão diferentes disso. E se colocar na balança, o que a Igreja Evangélica faz hoje em dia (lavagem mental, exploração, extorsão, etc) não é tão violento quanto aos castigos que a Igreja Católica impunha em épocas passadas e que só não mais os impõe por não ter oportunidade. 


Sinceramente, não serei eu quem chegará para religiosos para dizer que estão errados, pelo menos não enquanto não puder provar isso, mesmo por uma questão de respeito. Mas, a partir do momento em que a crença dessas pessoas influenciar a minha vida e trouxer atrasos para uma sociedade que cresce desenfreadamente com os anos, terei que dizer o que penso, é o mínimo que posso fazer, enquanto não possuir meios de chegar aonde quero: Passeatas e exigências bem sucedidas... 

Contudo, fico feliz que o movimento dos ateus tem se expandido, mesmo que seja por facebook ou mesmo em outros estados do país... Se não fosse por aqueles que questionaram os meios e as ideias da época, até hoje morreríamos de gripe, tuberculose e lepra... Então, relembrando a história da humanidade e do próprio comportamento desses líderes religiosos eu só consigo me perguntar o seguinte: "Para que ainda existem esses cultos, esse fanatismo e essa crença infundada em algo que as pessoas não veem e não podem tocar quando nós mesmos temos a capacidade de avançar por mérito próprio, criar curas, construir monumentos? Essas igrejas bem adornadas a ouro e marfim não foram esculpidas por anjos, mas por nós. Então, quem faz as coisas? Quem as transforma seja para o melhor ou para o pior? Quem cria as tecnologias necessárias para que as comunicações sejam mais rápidas, para que em solos inférteis nasça algum tipo de planta e para que haja eletricidade, telecomunicação?" - Somos nós. Todos nós somos senhores de nossas vidas, sem precisar desse ser invisível, imutável e muitas vezes sádico para nos julgar, para nos enviar para lugares de seu desejo. 

Deus para mim é como o monstro do armário que nossos pais, durante a infância usavam de seus caracteres sombrios para nos assustar e segurar a nossa vontade de fazer o que não queriam que fizéssemos. deus é um limite do qual não precisamos. Sendo responsáveis e conscientes de nossas ações, nós mesmos podemos ser o freio quando preciso, e a mola de impulso para alcançar o que simplesmente parece inalcançável. 

Deus não desceu dos céus ou de qualquer tipo de paraíso onde ele se esconde para ensinar o que é moral e ética. Pense bem, foram homens que escreveram sobre isso, foram homens que descreveram deus e homens redigiram a Bíblia, foram homens que construíram enormes palacetes chamados Igrejas, foram homens que criaram pecados, roupas, e também o que é certo. Então, pensando bem (em minha reflexão), quem é deus? Deus é a minha consciência, o que é certo e errado para mim, deus está em mim, mas não da mesma forma como está em religiosos, porque deus é meu cérebro, deus sou eu e meus princípios. Eu sou o meu deus, e quem cria o meu céu quando faço coisas boas e meu inferno quando faço coisas ruins é apenas EU e minha mente, meus conceitos!

Luciana Martins Cascardo