3. Espontaneidade da crença em Deus — A conclusão a que chegamos não é exclusivamente fruto de uma demonstração científica tal, que os filósofos, por uma preocupação extrema de precisão, ou para responder a diversas dificuldades, foram levados a formular. A certeza da existência de Deus não depende da perfeição científica das provas que se possam fornecer a este respeito. Ao contrário, a prova necessária a qualquer homem para adquirir uma plena certeza é tão fácil e tão clara que é perceptível, apesar dos processos lógicos que utiliza, e que os argumentos cientificamente desenvolvidos, muito longe de darem ao homem a primeira certeza da existência de Deus, não podem ter como resultado senão esclarecer e fortificar a que já existe.
domingo, 20 de março de 2011
PROVAS DA EXISTÊNCIA DE DEUS. ONDE ESTÃO?
Muitos dizem haver provas da existência de deus. Até já disseram que um cientista e ganhou u prêmio nobel. Mas, afinal, essas provas são realmente provas?
"CONCLUSÃO SOBRE AS PROVAS DA EXISTÊNCIA DE DEUS – Curso de Filosofia de Jolivet
1. O ponto-de-vista comum a todas as provas. — Todas as provas da existência de Deus são aplicações do princípio de razão suficiente: qualquer coisa tem sua razão, ou em si, ou numa outra. Em outras palavras: o mais não pode sair do menos, nem o ser do nada. Cada prova, compreendendo um ponto-de-vista particular, precisa a aplicação do princípio de razão, no domínio da contingência, no do movimento, no das causas finais, nos domínios da obrigação moral, das aspirações do homem e do consentimento universal. Cada vez, o princípio de razão obriga a concluir pela existência de um Ser existente por si, primeiro motor universal, inteligência infinita, princípio e fim da ordem moral, absoluta perfeição.
2. Cada prova é suficiente para provar Deus — Não é, pois, necessário recorrer a todas as provas juntas. Cada uma, por si mesma, conduz-nos a Deus e envolve todas as outras. Assim, como já mostramos, quem diz primeiro motor imóvel, diz absoluta perfeição, ser iniciado e eterno, e causa universal, não apenas do movimento, mas do ser, se é verdade que o movimento, quer dizer, a transformação, manifesta a insuficiência radical do ser.
Mas cada uma destas provas tem a vantagem de colocar em relevo um aspecto da causalidade divina e mostrar que, qualquer que seja do ponto-de-vista que se adote, o mundo não tem razão suficiente a não ser em Deus, se bem que não haja escolha entre estas duas conclusões: ou Deus, ou o absurdo total.
3. Espontaneidade da crença em Deus — A conclusão a que chegamos não é exclusivamente fruto de uma demonstração científica tal, que os filósofos, por uma preocupação extrema de precisão, ou para responder a diversas dificuldades, foram levados a formular. A certeza da existência de Deus não depende da perfeição científica das provas que se possam fornecer a este respeito. Ao contrário, a prova necessária a qualquer homem para adquirir uma plena certeza é tão fácil e tão clara que é perceptível, apesar dos processos lógicos que utiliza, e que os argumentos cientificamente desenvolvidos, muito longe de darem ao homem a primeira certeza da existência de Deus, não podem ter como resultado senão esclarecer e fortificar a que já existe.
3. Espontaneidade da crença em Deus — A conclusão a que chegamos não é exclusivamente fruto de uma demonstração científica tal, que os filósofos, por uma preocupação extrema de precisão, ou para responder a diversas dificuldades, foram levados a formular. A certeza da existência de Deus não depende da perfeição científica das provas que se possam fornecer a este respeito. Ao contrário, a prova necessária a qualquer homem para adquirir uma plena certeza é tão fácil e tão clara que é perceptível, apesar dos processos lógicos que utiliza, e que os argumentos cientificamente desenvolvidos, muito longe de darem ao homem a primeira certeza da existência de Deus, não podem ter como resultado senão esclarecer e fortificar a que já existe.
4. Existe uma intuição da existência de Deus? — Esta espontaneidade da crença na existência de Deus explica que se possa tão freqüentemente falar de intuição da existência de Deus (da existência de Deus, dizemos, quer dizer, desta verdade que Deus existe, — e não do próprio Deus). Parece, com efeito, que a argumentação em favor da existência de Deus se baseia numa intuição primitiva e universal, aquela mesma pela qual, como já vimos (176), apreendemos, imediatamente e sem raciocínio, no real objetivo, as leis universais do ser e, em seguida, as condições absolutas da inteligibilidade do ser.
1 - "... o mais não pode sair do menos, nem o ser do nada". Isso é o mesmo que perguntamos:
"De onde não pode surgir o pouco pode surgir o muito? Em outras palavras, se as coisas que conhecemos não podem ter surgido no nada, pode do nada ter surgido o criador delas? Se a cadeia do acaso precisa basear-se numa causa primeira que não é causada, por que essa causa primeira pode existir por si mesma. Esse “ser que possua a mais alta sabedoria” deveria ter uma origem como as outras causas, e assim não se poderia chegar nunca à causa originária. É comum ouvirmos dizer: O só fato de estarmos vivos é um milagre suficiente para crermos que temos um criador. Em realidade, o nosso organismo tem a capacidade de reagir contra os agentes patogênicos invasores, que não são captados pela nossa consciência, capacidade esta sem a qual não sobreviveríamos mesmo. Mas seria lógico imaginar que isso não poderia evoluir do acaso e ao mesmo tempo crer que o criador dessa perfeição não tenha precisado de outro criador?" Ver
2 - "Cada prova é suficiente para provar Deus". Aí a argumentação caiu no mesmo abismo da causalidade primeira, que não foi causada por outra. O homem criou essa teoria da existência de um ser sobrenatural para explicar o inexplicável. Mas isso, por si só, não prova que esse ser exista. Teríamos que encontrar algum indício desse ser, e não encontramos nenhum.
3 - Aí não encontramos também nada de concreto, mas apenas um filosofar sem substância alguma.
4 - "Parece, com efeito, que a argumentação em favor da existência de Deus se baseia numa intuição primitiva e universal, aquela mesma pela qual, como já vimos, apreendemos, imediatamente e sem raciocínio, no real objetivo, as leis universais do ser e, em seguida, as condições absolutas da inteligibilidade do ser."
Nessa frase até já encontramos alguma coisa que toca na verdadeira causa divina. "Intuição primitiva". Nem vou dizer "sem raciocínio", como disse o autor, mas sim se refere a um raciocínio primitivo que segue uma certa lógica: uma gazela no campo ouve um rugido, prepara-se para fugir, porque sabe que existe um leão ali por perto. E, quando ouve um trovão, certamente deve ficar bastante preocupada, porque o bicho imaginado deve ser muito mais poderoso. Só que esse bicho nunca aparece, e, ao logo da vida, ela até se acostuma e acaba o medo. O homem primitivo, por seu turno, com mais imaginação, imaginou um ser sobrenatural que mandava chuva, os raios que partiam as aves ou, algumas vezes, provocava a morte de alguns viventes; um ser tremendamente assustador, diante do qual todos os seres são completamente impotentes. Posteriormente, com sua engenhosidade, o homem começou a buscar meios de agradar a esse ser, ou diversos seres sobrenaturais, oferecendo sangue de animais e, muitas vezes até as vidas de seus próprios filhos. Assim, pensava ele estar evitando a ira dos deuses. É essa mesma intuição primitiva que leva os indígenas brasileiros crerem nos "espíritos das florestas" e no "Saci Pererê"
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário