A palavra Deus, para mim, é nada mais que a expressão e produto da fraqueza humana; a Bíblia, uma coleção de lendas honradas, mas ainda assim primitivas, que são bastante infantis.

— Albert Einstein

domingo, 3 de abril de 2011

O Dilúvio desmascarado


diluvio1.jpgUma das histórias mais absurdas do Velho Testamento com certeza é a que relata o dilúvio e a Arca de Noé. Um besteirol sem limites, digno das mais profundas fantasias de uma psique desvairada da natureza humana. E o mais incrível é saber que existe gente tão ignorante que afirma por A + B que aquele monte de bobagens ocorreu tal como descrito no Gênesis.
Aqui analisaremos os absurdos científicos, geográficos e históricos. Calce seu pé de pato e venha conosco, pois tudo começa em Gênesis cap. 6
1. Quando os homens começaram a multiplicar-se sobre a terra, e lhes nasceram filhas,
2. os filhos de Deus viram que as filhas dos homens eram belas, e escolheram esposas entre elas.
3. O Senhor então disse: “Meu espírito não permanecerá para sempre no homem, porque todo ele é carne, e a duração de sua vida será de cento e vinte anos.”
4. Naquele tempo viviam gigantes na terra, como também daí por diante, quando os filhos de Deus se uniam às filhas dos homens e elas geravam filhos. Estes são os heróis, tão afamados nos tempos antigos.
5. O Senhor viu que a maldade dos homens era grande na terra, e que todos os pensamentos de seu coração estavam continuamente voltados para o mal.
6. O Senhor arrependeu-se de ter criado o homem na terra, e teve o coração ferido de íntima dor.
7. E disse: “Exterminarei da superfície da terra o homem que criei, e com ele os animais, os répteis e as aves dos céus, porque eu me arrependo de os haver criado.
Primeiramente, não eram todos filhos de Deus? Ou apareceu mais pessoas do nada? Estranho isso, posto que Deus (supostamente) criara tudo e todos. E estes “Filhos de Deus” apaixonam-se pelas filhas dos homens. Curioso. Então, deve-se admitir que são semi-deuses, certo? Isso é evidenciado no versículo 4, quando se diz que viviam gigantes sobre a terra. Mas, a religião judaica não é monoteísta? :shock:
No versículo 6, acontece algo desconcertante: Deus se arrepende!! Muito curioso mesmo, já que em Números 23:19 diz: Deus não é homem, para que minta; nem filho do homem, para que se arrependa; porventura diria ele, e não o faria? Ou falaria, e não o confirmaria?.
A melhor enganação argumentação para isso, seria que Deus depois de ter se arrependido por ter criado os homens, seria imune ao arrependimento. Só que isso não se sustenta, tomando por base a atemporalidade de Deus. Isto é, Deus estaria (supostamente) fora das barreiras do tempo-espaço. E olhe que eu nem questionei o porque do arrependimento, já que Deus deveria saber de antemão o que ia acontecer por ele ser onisciente… ;-)
Observando o versículo 7, ficamos numa outra dúvida: Se foi o homem a causa do arrependimento de deus, por que aniquilar os animais também? Deus não poderia ter exterminado só o Homem? Afinal, Javé é onipotente, não?
Muito bem, agora vamos examinar como a gloriosa Arca foi feita, descrita Gênesis, cap. 6
14. Faze para ti uma arca de madeira resinosa: dividi-la-ás em compartimentos e a untarás de betume por dentro e por fora.
15. E eis como a farás: seu comprimento será de trezentos côvados, sua largura de cinqüenta côvados, e sua altura de trinta.
16. Farás no cimo da arca uma abertura com a dimensão dum côvado. Porás a porta da arca a um lado, e construirás três andares de compartimentos.
17. Eis que vou fazer cair o dilúvio sobre a terra, uma inundação que exterminará todo ser que tenha sopro de vida debaixo do céu. Tudo que está sobre a terra morrerá.
18. Mas farei aliança contigo: entrarás na arca com teus filhos, tua mulher e as mulheres de teus filhos.
19. De tudo o que vive, de cada espécie de animais, farás entrar na arca dois, macho e fêmea, para que vivam contigo.
20. De cada espécie de aves, e de cada espécie de quadrúpedes, e de cada espécie de animais que se arrastam sobre a terra, entrará um casal contigo, para que lhes possas conservar a vida.
Caso você não saiba, o côvado é uma antiga medida de distância; equivalente a mais ou menos dezoito polegadas (45,72 centímetros). Assim, temos uma arca com as seguintes medidas:
Comprimento: 300 x 45,72 = 137,16 metros
Largura: 50 x 45,72 = 22,86 metros
Altura: 30 x 45,72 = 13,76 metros

Gostaram? Mas o melhor é saber que só havia duas saídas. Uma porta lateral (citada no vers. 16) e uma janelinha (!) no topo com um côvado de dimensão, ou seja, 45,72cm. Uma arca meio abafada, não acham?
Para efeito de comparação, aqui estão as dimensões do Contratorpedeiro Pará:
Deslocamento (toneladas): 3.320-padrão / 3.585-plena carga
Dimensões (metros): 126,3 x 13,5 x 7,3 (sonar) / 4,4 (quilha)
Velocidade (nós): 27,5

Se considerarmos que a Arca tinha um formato estilo “caixa de sapato”, fácil é calcular o volume que ela ocupa para qualquer aluno do Ensino Fundamental. Basta multiplicar as dimensões. 137,16 x 22,86 x 13,76 = cerca de 43.144,17 m³. Parece muito? Mas, não é. Leve em conta que todos as espécies de animais estavam lá. Deveria haver um lugar para a comida, não só dos animais, mas para a família de Noé também, afinal se eles matassem um carneiro, estariam descumprindo as ordens de Deus. Outro detalhe importante é que haviam animais carnívoros. Como impedir que os leões atacassem as zebras? Como impedir que as raposas comessem os coelhos? E os gaviões, águias, abutres (estes últimos só se alimentam de carniça) etc? Para os herbívoros seria mais fácil? Fazem idéia do quanto os elefantes comem por dia?
Vamos examinar agora o critério para encher a Arca coma bicharada. Está muito bem descrito em Gênesis cap. 7
1. O Senhor disse a Noé: “Entra na arca, tu e toda a tua casa, porque te reconheci justo diante dos meus olhos, entre os de tua geração.
2. De todos os animais puros tomarás sete casais, machos e fêmeas, e de todos animais impuros tomarás um casal, macho e fêmea;
3. das aves do céu igualmente sete casais, machos e fêmeas, para que se conserve viva a raça sobre a face de toda a terra.
4. dentro de sete dias farei chover sobre a terra durante quarenta dias e quarenta noites, e exterminarei da superfície da terra todos os seres que eu fiz.”
5. Noé fez tudo o que o Senhor lhe tinha ordenado.
6. Noé tinha seiscentos anos quando veio o dilúvio sobre a terra.
7. Para escapar à inundação, entrou na arca com seus filhos, sua mulher e as mulheres de seus filhos.
8. Dos animais puros e impuros, das aves e de tudo que se arrasta sobre a terra,
9. entraram na arca de Noé, um casal macho e fêmea, como o Senhor tinha ordenado a Noé.
O versículo 9 contradiz o versículo 2. Afinal, no vers. 2, Deus estipula sete casais de animais puros. Mas, o vers. 9 diz somente um casal. Conseguem imaginar tanto bicho assim junto? E numa caixa de sapato com apenas uma janelinha de menos de 46 cm no teto. Javé não pensou muito no conforto de seus passageiros. Parece a administração dos trens urbanos.
Agora, vamos nos ater ao período e eventos durante a chuvarada, descritos ainda no cap.7.
17. O dilúvio caiu sobre a terra durante quarenta dias. As águas incharam e levantaram a arca, que foi elevada acima da terra.
18. As águas inundaram tudo com violência, e cobriram toda a terra, e a arca flutuava na superfície das águas.
19. As águas engrossaram prodigiosamente sobre a terra, e cobriram todos os altos montes que existem debaixo dos céus;
20. e elevaram-se quinze côvados acima dos montes que cobriam.
21. Todas as criaturas que se moviam na terra foram exterminadas: aves, animais domésticos, feras selvagens e tudo o que se arrasta na terra, e todos os homens.
22. Tudo o que respira e tem um sopro de vida sobre a terra pereceu.
23. Assim foram exterminados todos os seres que se encontravam sobre a face da terra, desde os homens até os quadrúpedes, tanto os répteis como as aves dos céus, tudo foi exterminado da terra. Só Noé ficou e o que se encontrava com ele na arca.
24. As águas cobriram a terra pelo espaço de cento e cinqüenta dias.
Bom, vamos analisar melhor alguns pontos do que foi dito.
Primeiramente, vamos imaginar a seguinte cena: Noé, família e bicharada numa arca feita de madeira, impermeabilizada com betume (de onde ele tirou tanto betume?). Bom, as emanações dos gases hidrocarbonetos (que são inflamáveis) deveriam ter empesteado o ambiente (lembrem-se que só havia uma janelinha). Imagino que para alimentar os animais, deveriam usar lamparinas (não tinha como entrar luz, pois o aguaceiro não parava e, como dito antes, só havia uma janelinha.
Portanto, uma dessas duas coisas deveriam ter acontecido:
1) Todo mundo teria se asfixiado.
2) A Arca explodiria por causa da inflamação dos vapores combustíveis com uma mísera vela.
Agora, vamos imaginar uma cena pós chuvarada: Tudo alagado, nada vivo sobre a superfície da Terra. Corpos de animais e pessoas boiando (inclusive mulheres, velhos e crianças). A ação das bactérias e fungos iria causar o apodrecimento e o mau cheiro tomaria conta do mundo todo. Enquanto isso, Noé e família pouco se importavam, pois eles eram os únicos justos e Javé estava feliz com eles. Imagino o quão ruins eram aquelas criancinhas de colo…
Mas, e os fatores climáticos? De onde veio aquele aguaceiro? Bom, primeiro, vamos aprender sobre nuvens.
As nuvens são classificadas com base em dois critérios: aparência e altitude.
Com base na aparência, distinguem-se três tipos: cirrus, cumulus e stratus. Cirrus são nuvens fibrosas, altas, brancas e finas. Stratus são camadas que cobrem grande parte ou todo o céu. Cumulus são massas individuais globulares de nuvens, com aparência de domos salientes. Qualquer nuvem reflete uma destas formas básicas ou é combinação delas.
Com base na altitude, as nuvens mais comum na troposfera são agrupadas em quatro famílias: Nuvens altas, médias, baixas e nuvens com desenvolvimento vertical. As nuvens das três primeiras famílias são produzidas por levantamento brando sobre áreas extensas. Estas nuvens se espalham lateralmente e são chamadas estratiformes. Nuvens com desenvolvimento vertical geralmente cobrem pequenas áreas e são associadas com levantamento bem mais vigoroso. São chamadas nuvens cumuliformes. Nuvens altas normalmente tem bases acima de 6000 m; nuvens médias geralmente tem base entre 2000 a 6000 m ; nuvens baixas tem base até 2000 m. Estes números não são fixos. Há variações sazonais e latitudinais. Em altas latitudes ou durante o inverno em latitudes médias as nuvens altas são geralmente encontradas em altitudes menores.
Devido às baixas temperaturas e pequenas quantidades de vapor d’água em altas altitudes, todas as nuvens altas são finas e formadas de cristais de gelo. Como há mais vapor d’água disponível em altitudes mais baixas, as nuvens médias e baixas são mais densas.
TIPOS BÁSICOS DE NUVENS
FAMÍLIA DE NUVENS E ALTURA TIPO DE NUVEM CARACTERÍSTICAS
Nuvens altas
(acima de
6000 m)
Cirrus (Ci) Nuvens finas, delicadas, fibrosas, formadas de cristais de gelo.
Cirrocumulus (Cc) Nuvens finas, brancas, de cristais de gelo, na forma de ondas ou massas globulares em linhas. É a menos comum das nuvens altas.
Cirrostratus (Cs) Camada fina de nuvens brancas de cristais de gelo que podem dar ao céu um aspecto leitoso. As vezes produz halos em torno do sol ou da Lua.
Nuvens médias
(2000 – 6000 m)
Altocumulus
(Ac)
Nuvens brancas a cinzas constituídas de glóbulos separados ou ondas.
Altostratus (As) Camada uniforme branca ou cinza, que pode produzir precipitação muito leve.
Nuvens baixas
(abaixo de
2000 m)
Stratocumulus (Sc) Nuvens cinzas em rolos ou formas globulares, que formam uma camada.
Stratus (St) Camada baixa, uniforme, cinza, parecida com nevoeiro, mas não baseada sobre o solo. Pode produzir chuvisco.
Nimbostratus (Ns) Camada amorfa de nuvens cinza escuro. Uma das mais associadas à precipitação.
Nuvens com desenvolvimento vertical Cumulus (Cu) Nuvens densas, com contornos salientes, ondulados e bases freqüentemente planas, com extensão vertical pequena ou moderada. Podem ocorrer isoladamente ou dispostas próximas umas das outras.
Cumulonimbus
(Cb)
Nuvens altas, algumas vezes espalhadas no topo de modo a formar uma “bigorna”. Associadas com chuvas fortes, raios, granizo e tornados.
Observação: Nimbostratus e Cumulonimbus são as nuvens responsáveis pela maior parte da precipitação.
Fonte: http://fisica.ufpr.br/grimm/aposmeteo/cap6/cap6-2-2.html
Bom, segundo Gênesis 7:20, o nível das águas chegou a quase 7 metros (15 côvados x 45,72cm) dos picos mais altos. Considerando que o Everest tem cerca de 8.844 metros, as águas chegaram a 8.851 metros. É muita água! E mais um detalhe: As chuvas viriam de um lugar ACIMA das nuvens. Curioso hein? Ou seja, as nuvens estariam chovendo debaixo d’água. Claro que sempre há aqueles que defendem a idéia das fontes do paraíso. Uma idéia absurda. Mesmo porque, não há vapor d’água a determinada altura. E mesmo que houvesse, o frio transformaria a água em granizo. Então, as pessoas e animais não morreriam afogadas, mas de traumatismo craniano dado o tamanho das pedras de gelo. :-D
E ainda há alguns crédulos que alegam uma analogia estúpida de uma torneira imersa num balde. Muito conveniente… Ainda mais pelo fato desses indivíduos esquecerem que a água NÃO BROTA da torneira. Ela vem de um reservatório que fica em lugar alto. Mais alto que o referido balde. Assim, defender esta besteirona é, ou estupidez cavalar ou mau-caratismo intelectual. Você escolhe. :-P
Para cada 10 metros que um mergulhador desce no mar, a pressão (em atmosferas) sofre um acréscimo de uma unidade. Se ele descer a 20m, estará sob uma pressão de 3 atm (1 atm da pressão ao nível do mar, mais 2 atm porque ele desceu 20m). Com 8.851m, a pressão no que seria originalmente o nível do mar sofreria um acréscimo de mais de 880 atm !!! :shock:
Sob essa pressão, nada existiria sobre a Terra. Nenhuma pintura rupestre, fóssil ou mesmo as Pirâmides do Egito!! Mas, elas estão lá. E , mais engraçado, não há nenhum relatos dos povos sobre tal acontecimento.
Não tem? Tem sim! ;-)
Chama-se Epopéia do Gilgamesh. Foi dele que o Gênesis foi grandemente copiado. Afinal, o Gilgamesh é o escrito mais antigo que se tem notícia. Para baixar o texto do Gilgamesh, clique AQUI.
Bom, o resto do relato do Gênesis descreve as peripécias de Noé e Cia Ltda.
O dilúvio não passa de CBD (Conversa pra Boi Dormir). Uma cópia descarada de escritos mais antigos, travestido aos interesses dos judeus em explicar como Deus gosta de matar tudo e todos quando não seguem exatamente o que ele manda. E pior: Ainda insistem no chamado “livre-arbítrio”.
Para terminar, só nos resta algumas perguntas.
1. No meio daquelas pessoas todas, APENAS Noé e família prestavam?
2. Bebês, velhos, pessoas doentes e deficientes físicos mereciam o aniquilamento?
3. Mesma pergunta para animais e plantas.
4. De onde veio aquele aguaceiro? e Para onde ele foi? (favor responder sem violar as Leis da Termodinâmica)
5. Como o planeta resistiu a enormes pressões e forças?
6. Por que ninguém mais viu o ocorrido?
7. Se é apenas um conto alegórico, como é que há gente que atesta que é tudo verdade? Baseado em que, elas falam isso?
8. Será que Noé não demonstrou compaixão por aqueles que foram mortos? Ele era de boa índole, não era?
9. Se Deus é tão poderoso, por que não fez as pessoas más ficarem boas? Onde está o perdão e a misericórdia divina?
10. Se Deus é onisciente, por que ele permitiu que a maldade se alastrasse? Por que ele não impediu antes?
Perguntas, perguntas e mais perguntas… Todas elas sem resposta.
Afinal, não se justifica o injustificável, nem se explica o inexplicável…
Enquanto isso, Noé e família descarregam tudo. Mantimentos, roupas e animais. E eles fazem isso cercados pelos cadáveres de pessoas, animais e plantas que foram mortos pelo dilúvio enviado pelo misericordioso Deus…

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